Anuario ABLA - 2015

25 Jorge Miguel diz que é fundamental entender quais são de fato os custos fixos, os custos variáveis, as despesas administrativas, os impostos e as taxas: “Por exemplo: custos fixos são aqueles que independem da locação do veículo, ou seja, alugado ou não estes custos existem e devem ser remunerados”. Já os variáveis só acontecem quando o veículo está alugado, tais como o desgaste de pneus e a manutenção”. Com relação às despesas administrativas, o economista diz que são aquelas que não estão ligadas à quantidade produzida e são destinadas a gerir o negócio. “É exatamente a despesa administrativa que diferencia cada uma das locadoras”, salientou. Impostos e taxas, que incidem sobre o faturamento, também devem compor o preço final. Jorge Miguel adverte que a incorporação incorreta dos impostos pode gerar prejuízos à locadora. Outra dúvida de muitos administradores diz respeito ao fato de lançar ou não como custo a ocupação pela empresa de imóvel próprio. “Não é um custo, mas entra como despesa, pois não está ligada à quantidade produzida”, explica ele. “O fato principal é que, se este imóvel não estiver sendo utilizado pela locadora, certamente estará gerando recursos, seja por meio do aluguel ou mesmo sendo vendido”, esclarece. “O fato de ser próprio pode significar uma vantagem competitiva em determinado período.” Outra indefinição dos empresários no momento do balanço se refere ao que é “desembolso”, o que é “custo” e o que é “investimento”. Jorge Miguel confirma que passou a explicar cada um desses itens no curso, “pois há muita confusão entre os técnicos e em parte dos empresários”. Para não deixar dúvida, ele detalha: “Desembolso é a efetiva saída de recursos do caixa e pode ocorrer antes, durante ou depois do custo. É comum acreditarem que o fato de que, por já ter sido pago, o custo ou a despesa deixa de existir e, por isso, o preço da locação pode ser menor”, salienta. Jorge Miguel enfatiza que “custo é o gasto ligado diretamente à quantidade produzida, e em alguns casos não há desembolso, mas o custo existe. Um típico exemplo é o custo com seguro do casco, que muitas vezes não é desembolsado, mas mesmo assim deve ser considerado como item de custo”, afirma. Ele define investimento como sendo todo o aporte de capital feito na empresa, seja ele dos sócios ou de terceiros. “Independente do dono deste capital, ele deve ser remunerado. Se for dos sócios é lucro; se for de terceiros, é juro.” O economista esclarece também o que é idade financeira de um veículo. Aliás, ele prefere chamar de vida econômica: “É o período em meses em que o veículo fica à disposição para locação, ou seja, que gera faturamento. No setor de locação são adotadas várias vidas econômicas, em função da estratégia das locadoras, que podem variar de 6 a 24 meses”. Sobre o curso de capacitação ABLA Aprimoramento da comunicação e melhoria da gestão foram contemplados no planejamento. As informações são da Lodi Consultoria Segundo Jorge Miguel dos Santos, a metodologia de cálculo é uma das inovações do atual curso de capacitação ABLA, em comparação com a versão anterior. “O método aplicado é o do Custo Total. Resumidamente, é a soma dos custos e despesas adicionados do mark-up, uma margem que inclui impostos e lucro.” O programa atual utiliza o Custo Direto, no qual são incluídos somente os custos gerados diretamente em cada locação. “Neste método o papel do empresário é identificar se há margem suficiente para remunerar os custos e gerar lucro. Este é um método mais apropriado para um mercado competitivo como se tornou a locação de veículos no Brasil”, explica o instrutor. O curso tem duração de oito horas e visa a conscientizar de que o que vale é ter lucro e não quantidade de veículos. Jorge Miguel ressalta a importância da participação: “Além de ser de formação específica para locação de veículos, ensinamos a apurar o resultado e analisá-lo”. “Isso é fundamental para a saúde do setor”, conclui.

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