Editorial Editorial 6 Anuário Yearbook ABLA 2013 A continuidade do negócio... Paulo Gaba Jr. Presidente do Conselho Nacional - ABLA President of the National Council - ABLA A manutenção da redução de alíquotas de IPI para os automóveis e comerciais leves só comprova o que já sabíamos: que o crescimento do setor automotivo na economia faz a diferença. O IPI reduzido ajuda a manter as vendas programadas das Montadoras, mas o maior desafio persiste. Como prever um valor residual aproximado do carro usado no ato de sua venda? Por mais difícil que possa parecer, a resposta depende de uma política automotiva de longo prazo que este setor há tanto tempo demanda, e também de condições de financiamento apropriadas. Congelar o IPI é bem diferente de resolver a questão. O Governo não pode manipular uma ferramenta fiscal tão importante apenas visando resultados imediatistas e as manchetes dos jornais. Também não pode deixar de financiar via BNDES e bancos estatais um setor que tem no automóvel seu bem de capital e matéria-prima principal. O vai-e-vem das alíquotas de IPI tem causado queda acentuada do valor dos carros usados desde 2008 e dificultado o financiamento desses automóveis, razão da troca das frotas por veículos novos. A idade média de nossas frotas estava caindo para quase 13 meses quando foi afetada pela primeira redução de IPI em 2008, subindo para atuais 18 meses. A crise posterior a isso deixou o setor vulnerável, e com crescimento reprimido. Assim que começou a estabilização do setor de aluguel, anos depois, veio nova queda de alíquota de IPI e consequente depreciação dos nossos ativos. Como suportar isso? Não estamos sugerindo valor ideal de alíquota porque a competitividade do mercado já faz esse trabalho, mas sim demandando que qualquer que seja a solução a mesma dure por tempo suficientemente longo e programado. Estamos alinhados com as Montadoras pela renovação de nossas frotas em tempo menor e também estamos de acordo com a Fenabrave para a renovação da frota nacional. Nosso rating nos Bancos está bem mais alto porque demonstramos nossa capacidade de geração de caixa e o mercado de carros usados já prefere seminovos de locadoras por sua raridade e condição de manutenção. Fizemos nossa lição de casa! Para construirmos uma morada sólida, “na rocha”, é fundamental colocarmos os tijolos na sequência certa. De nada vai adiantar erguermos uma barraca de camping, que resolve o problema de forma rápida, mas provisória e frágil. O governo já tem os elementos e os números para implementar uma política automotiva de longo prazo, e pode contar com os “maiores consumidores de carros do Brasil” para isso. É certo que 2012 reduziu nosso nível de crescimento, apesar de ter-se mantido duas vezes maior que o “pibinho”. Mas com o torque desse mercado, alinhados às medidas certeiras do Governo, teremos grandes chances de alcançarmos um 2013 com “pibão”!!!
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