62 Anuário Yearbook ABLA 2013 Mercado Market O mercado de veículos usados apresenta números grandiosos. Somente as empresas integrantes da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado de São Paulo (Assovesp) comercializaram 1,7 milhão de unidades em 2012. Contudo, o alto volume de vendas não significa que trabalhar com carros usados seja um grande negócio. Essa contradição entre bom desempenho com resultados insatisfatórios é explicada em parte pela dependência que os usados têm do mercado de 0 km. Assim, a redução de impostos, as facilidades de financiamento, as taxas de juros reduzidas e outros benefícios aos carros novos criam desequilíbrio em prejuízo dos seminovos. Valor da entrada e dificuldade de acesso ao crédito são outras barreiras apontadas por George Chahade, presidente da Assovesp. “Enquanto o zero pode ser totalmente financiado, o comprador do usado tem de disponibilizar entrada que varia de 25 a 35% do valor do carro”, diz. Ele ainda reclama das restrições impostas pelas financeiras para liberação do crédito e da “prática de taxas de juros acima do suportável”. Outro risco do negócio são as desvalorizações sucessivas dos carros, que obrigam o empresário a manter sempre alto o giro do estoque. Pesquisa realizada pela Agência AutoInforme/Molicar mostra que nos últimos cinco anos os preços dos carros usados tiveram redução média de 41,3%! Somente em 2012 o setor sofreu a maior queda de preço da história em um ano: 10,7%. Por tudo isso, hoje em dia um bom negócio nesse setor não depende apenas da venda, mas de uma engenharia comercial que inclui a compra correta. Do contrário, o veículo encalha na loja e é vendido com prejuízo. Como não podem se utilizar dessas estratégias as locadoras diluem a desvalorização do patrimônio no custo operacional. Entretanto, quando as regras do jogo são alteradas para beneficiar apenas uma parte, naturalmente a outra perde. A redução do IPI para incentivar o comércio Usados: vendas em alta; preços estáveis
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