54 Anuário ABLA 2012 Bolívia O trabalho intensivo da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) e de outras entidades no sentido de informar à sociedade sobre a grande quantidade de veículos roubados no Brasil que circulam na Bolívia provocou repercussão na mídia, interesse de autoridades brasileiras e reação do governo boliviano. “Precisamos interromper um ciclo perverso que gera suspeita, alimenta o narcotráfico e cria um clima de insegurança na zona de fronteira”, declarou Marcel Fortuna Biato, embaixador do Brasil na Bolívia. Por sua vez o governo Evo Morales tentou amenizar as críticas criando a Lei de Saneamento do Veículo, por meio da qual os proprietários de carros irregulares no país poderiam legalizálos. Foi a fórmula encontrada para se livrar rapidamente da situação incômoda. Cerca de 123 mil bolivianos correram para legalizar seus automóveis. Segundo informação oficial, durante o processo foram identificados 8,5 mil carros fabricados no Brasil, porém, somente 483 considerados em situação irregular! Bolívia na berlinda Em março de 2012 o ministro dos Negócios Estrangeiros de Estado Adjunto da Bolívia, Juan Carlos Alurralde, divulgou que o governo pretende repatriá-los, desde que os proprietários os solicitem. Contudo, os dados do governo boliviano estão distantes das estimativas de autoridades brasileiras. A Polícia Federal do Brasil estima que 15 mil carros brasileiros roubados encontram-se na Bolívia. Números da ABLA também mostram quão subestimadas estão as estatísticas “oficiais”, pois no território do país vizinho circulam mais de 1.200 carros de propriedade das locadoras associadas. O trabalho da ABLA continua. O resultado de suas ações está evidenciado na reação do governo boliviano, que reconheceu a existência do problema. Talvez seja o primeiro passo no longo caminho que trará os veículos de volta para os seus legítimos proprietários no Brasil. A propósito, recentemente a ABLA criou um programa de recuperação dos veículos roubados/ furtados e levados para a Bolívia. “Identificamos um tipo de golpe em que o cliente alugava o carro por até seis dias e depois dizia ter sido roubado, mas essa mesma pessoa cruzava a fronteira”, revela Paulo Gaba Jr., presidente do Conselho Nacional da associação.
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