Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 13 A Economia Verde, de acordo com Altenburg e Assmann (2017), pode ser definida como um conjunto de medidas destinadas a acelerar a transformação estrutural rumo a uma economia de baixo carbono e eficiente no uso de recursos. Esse conceito pode ser complementado pelo defendido por Cosbey (2013), o qual descreve a política industrial verde como a busca de estruturar meios de produção capazes de atuar de forma favorável ao meio ambiente e produzindo bens de melhor desempenho ambiental em comparação aos seus concorrentes, tratando diretamente os problemas ambientais. São vários os benefícios a serem alcançados com a adoção dessas estratégias, tais como: a criação de novos postos de trabalho especializados, ganho de vantagens competitivas dos produtos e sobretudo, a possibilidade futura de manter o planeta em um crescimento populacional saudável e sustentável. Dentro dessa perspectiva e da urgência do tema, muitos trabalhos já estão em andamento e muito ainda precisa ser feito. Mas, sem dúvida, em grande parte deles, o uso consciente do Cobre tem feito e continuará fazendo a diferença. Por exemplo, o Cobre é um diferencial para o atendimento da meta de uma economia de baixo carbono e eficiente no uso de recursos. A intrínseca e significativa relação custo-benefício x eficiência energética do Cobre tem impulsionado ações de P&D para sistemas de transporte elétricos, equipamentos de geração de eletricidade de fontes renováveis e desenvolvimento de aparelhos mais eficientes energeticamente, com a redução do uso de combustíveis fósseis. Isso é tão notável que, conforme ICA (2023), a Comissão Europeia o classificou com um insumo essencial para a transição energética e eletrificação dos modais de transporte em larga escala. Devido a essa característica única, é esperado um aumento de 35% do mercado de Cobre até 2050 por conta desse esforço rumo à descarbonização. É crucial salientar, com base nos dados mais recentes do ICA (2022), que a cadeia de produção do Cobre representa 0,2% das emissões de gases estufa do planeta, e o crescimento dessa demanda aumentará a necessidade do contínuo investimento em técnicas de mineração e na crescente profissionalização do mercado de recicláveis, trabalhos aos quais a indústria brasileira do Cobre permanece atenta e atuante. Somado a isso, os dados da EPE (2023) mostram o Brasil em posição favorável na adoção de energias limpas. Atualmente, a matriz energética brasileira (conjunto de fontes de energia necessárias para mover os veículos, gerar eletricidade e outros usos) é composta por 47,4% de fontes renováveis, enquanto a matriz elétrica (conjunto de fontes utilizadas apenas para a geração de energia elétrica) é composta por 87,9% de fontes renováveis. Estamos diante de um grande potencial sinérgico entre a aplicação do Cobre e o desenvolvimento e geração de energia limpa (quanto mais Cobre, mais energia limpa), pois é largamente utilizado nos geradores eólicos, solares, hidráulicos e nos sistemas de distribuição. E quanto mais energia limpa, menor a geração de carbono para se produzir o Cobre. Essa perspecPor Márcio Rodrigues da Silva, Gerente do CPDE – Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensaios, da Termomecanica São Paulo S.A.
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