Anuário Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2023

2023 Ano-base | Base year 2022

Anuário Brasileiro do Cobre 2023 Brazilian Copper Yearbook 2023 uma publicação da / published by ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO COBRE - ABCOBRE Av. Paulista, 1313, conjunto 803 01311-923 - São Paulo - SP Tel. +55 (11) 3846-4828 | www.abcobre.org.br • Produção gráfica e design | Graphic design and production Ponto & Letra Tel. 55 11 5032 0001 business@ponto-e-letra.com.br www.ponto-e-letra.com.br | • Capa | Cover design Nilson Santos - Ponto & Letra • Imagens ilustrativas | Illustrative images AdobeStock® | Freepik® • Tradução | Englosh version Andrew C. Fox (agfox2002@agfoxtraducoes.com.br) • Edição digital | Digital edition virapagina.com.br © Todos os direitos reservados. Livre reprodução. Pede-se citar a fonte. All rights reserved. Reprodruction free. Source must be mentioned. Setembro/September, 2023 • Coordenação geral | General management Rafael Faria • Fontes de pesquisa | Research sources ABCOBRE - Associação Brasileira do Cobre Sindicel - Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 3 Mensagem da Presidente | Message from the President 4 Diretoria da ABCOBRE | ABCOBRE board 6 Empresas associadas | ABCOBRE member companies 7 Desafios da cadeia de suprimentos do cobre na economia verde Copper supply chain challenges in the green economy 8 11 A importância do cobre na perspectiva da economia verde The importance of copper from the perspective of the Green Economy 12 15 Reforma Tributária - Uma visão crítica, porém construtiva do texto Tax Reform - A critical but constructive view 16 20 Vigilante com a qualidade Vigilance and quality 22 26 Perspectiva do mercado e ações de mercado Market and share outlook 28 30 Dados estatísticos do Cobre | Copper statistical data Indústria brasileira | Brazilian industry Mercado total | Total market 32 Produção | Production 33 Consumo aparente de cobre | Copper apparent consumption 33 ÍNDICE INDEX

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 4 MENSAGEM DA PRESIDENTE MESSAGE FROM THE PRESIDENT Maria Antonietta Cervetto Presidente / President Associação Brasileira do Cobre - ABCOBRE

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 5 Muito tem se falado em agilidade, adaptabilidade, certezas num mundo incerto, flexibilidade, globalização, regionalização, sustentabilidade, meio ambiente, e por ai vai... Quem participa do mundo do cobre vive isso dia a dia, desde sempre. A graça desse mercado é justamente essa, nenhum dia é igual ao outro. Previsibilidade? Em alguns momentos mais assertivas, mas é praticamente trabalhar com bola de cristal. E como permanecer se não for ágil? Não se adaptar rapidamente as mudanças? De onde compra, pra onde vende, distancias, prêmios, disponibilidade do metal, carro elétrico, hidrogênio verde, escassez? Quantas variáveis que compõem nossas estratégias. Fundamentos que nos guiavam em decisões no passado, hoje já não são relevantes, mudaram e incluem outras variáveis. Já não bastasse o risco do negócio, agregamos o de saúde e o geopolítico. Variações abruptas no LME, redução das reservas, queda na produção mundial, aumento do custo de extração e logísticos, e ainda assim, permanecemos utilizando e considerando o cobre como nosso queridinho. Para o cobre, 2023 foi um ano de lado no mundo. Europa, Asia e Estados Unidos com baixa demanda, e com pouca expectativa de crescimento no curto prazo. Se eles sentiram, o que falar da América Latina? Também sentimos, e nem é a primeira vez, e tampouco será a última. Para muitos analistas de mercado 2024 não será diferente de 2023. A pergunta é: Será que não tem nenhuma oportunidade mesmo? Quem trabalha com esse metal, sabe que sempre tem. Basta procurar e se preparar. Much has been said about agility, adaptability, certainty in an uncertain world, flexibility, globalization, regionalization, sustainability, the environment, and so on and so forth. This is nothing new to those in the world of copper. This adds spice to this market, as one day is never the same as the other. Predictable? It’s like working with a crystal ball. And how do you survive if you’re not agile? If you don’t adapt quickly to change? Where do you buy from, where do you sell to, distances, premiums, the availability of metal, electric cars, green hydrogen, scarcity? How many variables make up our strategies? Fundamentals that guided us in decisions in the past are no longer relevant today, they have changed and include other variables. As if business risk wasn’t enough, we have added health and geopolitical risks. Abrupt variations in the LME, falls in reserves, drops in global production, increased extraction and logistics costs, and yet we continue to use and love copper. 2023 was a flat year for copper worldwide. Europe, Asia, and the United States saw low demand, and there is little expectation of growth in the short term. What about Latin America? We felt it too, and it’s not the first time, and it won’t be the last. For many market analysts, 2024 will be no different from 2023. The question is: do you really have no opportunities? Anyone who works with this metal knows that there always are. Just look for them and get ready.

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 6 Diretoria da ABCOBRE ABCOBRE board Diretoria Executiva | Executive Board Presidente | President Maria Antonietta Cervetto (Cecil S.A. Laminação de Metais) Suplente | Alternate João Batista Cervetto (Cecil S.A. Laminação de Metais) 1º Vice-presidente | 1st Vice-president Richard Philip Gorian (Paranapanema S.A.) Suplente | Alternate Rodrigo Del Giudice (Paranapanema S.A.) Tesoureiro | Treasurer Nelson da Silva Leme (Termomecanica São Paulo S.A.) Suplente | Alternate Paulo Cezar Martins Pereira (Termomecanica São Paulo S.A.) Superintendente | Superintendent Enio Rodrigues superintendencia@abcobre.org.br Coordenador de Relações Institucionais e Governamentais | Institutional and Government affairs Rafael da Silva Faria rig@abcobre.org.br Coordenadora administrativa | Administrative coordinator Vera Lúcia de Souza secretaria@abcobre.org.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO COBRE - ABCOBRE Av. Paulista, 1313, conjunto 803 01311-923 - São Paulo - SP Tel. +55 (11) 3846-4828 assessoria@abcobre.org.br www.abcobre.org.br

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 7 Empresas associadas ABCOBRE member companies CECIL S/A - LAMINAÇÃO DE METAIS Rodovia Engenheiro Renê Benedito Silva, 580 - Jardim Santa Rita 06683-000 - Itapevi - SP Tel. +55 (11) 4141-5156 | www.cecil.com.br Produtos | Products: Chapas, discos, fitas, tiras, vergalhão 8 mm, barras, arames, perfis, tubos, produtos de alumínio Sheets, discs, ribbons, strips, rods , bars, wires, shapes, pipes, aluminum products DACOTA CONDUTORES ELÉTRICOS LTDA. Rua Minas Gerais, 398 13876-010 - São João da Boa Vista - SP Tel. +55 (19) 3634-3477 | www.dacotace.com.br Produtos | Products: Fios sólidos 750 v, cabos 750 v classe 2, cabos 750 v flexíveis, cabos pp, cabos 1kv classe 2, cabos 1kv flexíveis, cabos de solda, cordões flexíveis paralelos, cordões flexíveis torcidos, fios de cobre nus, cabos de comando, controle e sinalização, cabos de instrumentação Solid wires 750 v, cables 750 v class 2, flexible cables 750 v, pp cables, cables 1kv class 2, flexible cables 1kv, weld cables, parallel flexible strands, twisted flexible strands, bare copper wires, command, control and signaling cables, instrumentation cables PARANAPANEMA S.A. Rua Felipe Camarão, 500 - Utinga 09220-580 - Santo André - SP Tel. +55 (11) 2199-7604 | www.paranapanema.com.br Produtos | Products: Catodo de cobre, chapas, fitas, tiras, vergalhão 8 mm, conexões, barras, arames, perfis, tubos, fios de cobre nus Copper cathode, sheets, ribbons, strips, rods 8mm, fittings, bars, wires, shapes, pipes, bare copper wires TERMOMECANICA SÃO PAULO S.A. Av. Caminho do Mar, 2652 - Rudge Ramos 09612-000 - São Bernardo do Campo - SP Tel. +55 (11) 4366-9777 | www.termomecanica.com.br Produtos | Products: Chapas, discos, fitas, tiras, vergalhão 8 mm, barras, arames, perfis, tubos, fios de latão e fios de cobre nus, produtos de alumínio Sheets, discs, ribbons, strips, rods 8mm, bars, wires, shapes, pipes, brass wires and copper wires, aluminum products

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 8 Desafios da cadeia de suprimentos do cobre na economia verde CADEIA DE SUPRIMENTOS SUPPLY CHAIN

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 9 Por Fábio Rocha Passerini A importância do cobre na transição para fontes de energias mais limpas é uma questão consolidada. Eficiência energética é a palavra de ordem. O cobre, com suas propriedades únicas e versatilidade, é um protagonista. As indústrias e o governo nacional são peças-chaves e há espaço para que desempenhem um papel ativo nessa nova era. Cabe à nossa geração a jornada fascinante de promover as mudanças necessárias para a mitigação das emissões de carbono e contribuir com as novas bases para assegurar a saúde do planeta. Investimentos limitados em tecnologia e inovação nos coloca um passo atrás dos países mais desenvolvidos, no entanto temos nossas forças: somos criativos, temos uma rica biodiversidade, água abundante, uma matriz energética e um clima favorável às fontes de energias renováveis. Há oportunidades e a agenda é ampla, desde temas que devem fazer parte das nossas ações internas, para mitigar as emissões decorrentes das nossas operações, como no nosso papel de viabilizadores do uso e reciclagem do cobre. Preparar-se e estar apto a atender as demandas que virão é um compromisso com a sustentabilidade e com o bem-estar da população. Assegura a competitividade e atratividade das empresas e do país. Prosperidade é construída pela colaboração entre pessoas preparadas, com boa formação, políticas públicas com o olhar para o desenvolvimento do país no presente e no futuro. Assim, uma boa estratégia e gente talentosa são essenciais na perpetuação dos negócios. Entretanto, aprendemos com Peter Drucker que “a cultura come a estratégia no café da manhã”, portanto, levar a discussão mais à base do que nos move pode conduzir a lugares talvez pouco explorados. A cultura organizacional pode ser definida como o jeito que fazemos as coisas. Explica a conexão entre as pessoas, empresas e clientes. O propósito é o que nos move e nos motiva a acordar pela manhã. Cultura e propósito atraem, retém e repelem talentos. A juventude tem dado mais peso ao alinhamento de propósito e valores em suas escolhas que as gerações anteriores. Então, parece lógico: se queremos avançar precisamos colocar esse tema sobre a mesa com nossas equipes. Portanto, perguntas como “Qual é a cultura da nossa empresa?”, “Quão alinhado as pessoas estão a ela?”, “Qual o seu propósito e o de sua empresa?” devem estar na pauta dos executivos como bases para assegurar a adequada implementação e execução da estratégia. O cobre é essencial na vasta matriz de tecnologias de descarbonização. Veículos elétricos usam mais que o dobro de cobre que os a combustão, sem contabilizar a infraestrutura que requerem. A tendência de miniaturização – o design de produtos menores, mais eficientes e com mais funcionalidades – também deve elevar o consumo de cobre. Apesar de demandarem menos cobre por unidade, a ampliação inimaginável do uso da tecnologia nas nossas vidas e a limitação de substituição por outros metais menos eficientes, faz com que o balanço fique positivo para o cobre. Veículos autônomos que requerem múltiplas

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 10 tecnologias que usam cobre, como sensores, câmeras e computadores de alta performance, não são uma realidade distante. Prevê-se que irão proliferar a partir do final dessa década. A previsão de incremento de consumo de cobre nos próximos anos, impulsionado pela transição para uma economia de baixo carbono impressiona: projetam o dobro da demanda atual por volta de 2050. O compromisso mundial do acordo de Paris, a mudança da consciência da sociedade e a evolução tecnológica abrem um leque de oportunidades. Mudanças nos levam a lugares melhores, e Darwin ensinou que “não é o mais forte, nem o mais inteligente que sobrevive, mas o melhor que se adapta às mudanças”. Assim, o forte compromisso político e a colaboração entre todos os “stakeholders” da cadeia de valor do cobre são necessárias para tornar nosso país e empresas aptos a competir nessa nova era. Temas como economia circular e reciclagem são promissores. Reduzem os impactos ambientais e são estratégicos aos países. A mineração do cobre tem desafios à medida que os custos de produção crescem com a redução na qualidade do minério. No Chile, a qualidade do minério caiu 30% nos últimos 15 anos, e o teor de cobre hoje é da ordem de 0,64%, de acordo com artigo da Ernst & Young. Significa que se consome mais energia e água e gera-se mais emissões de carbono e estresses socioambientais. Pressões geopolíticas com constantes discussões sobre o aumento dos impostos da mineração e estatização elevam os riscos e podem reduzir os investimentos no setor. A implementação de técnicas de reciclagem, como por exemplo de baterias, é uma necessidade. A demanda global por armazenamento em baterias de lítio deve crescer dos atuais 700 para 4,7 mil gigawatts-hora até 2030, de acordo com estudo da consultoria McKinsey. No Brasil, um dos trabalhos mais avançados é conduzido no Center for Advanced and Sustainable Technologies (Cast), da Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em São João da Boa Vista (SP), que apostaram no desenvolvimento do processo de hidrometalurgia. O uso do cobre reciclado na indústria nacional também tem espaço para avançar e gerar oportunidades e emprego. Políticas públicas são essenciais para isso. A sonegação de impostos atrasa nosso desenvolvimento. O furto e roubo de cabos de cobre são apenas a pequena ponta mais visível do todo. A concorrência desleal prejudica as empresas que agem de forma ética, reduzem as receitas públicas e limitam suas capacidades de investimentos em tecnologias modernas e sustentáveis. Não tratar essa questão reduz paulatinamente nossa competitividade, mina a geração de emprego, o crescimento econômico e aumenta a dependência de importações. E sabemos que o capitalismo é implacável com isso. Aproximar as empresas, governo e instituições de pesquisa também é uma força que pode ser mais explorada. Gera benefícios mútuos: acelera a inovação, incentiva a pesquisa e traz desenvolvimento para o país. Há muitos casos de sucesso dessa colaboração, contudo as empresas no Brasil, na média, ainda são muito afastadas dos centros de pesquisa e universidades. Empresas em países desenvolvidos e na China fazem melhor essa tarefa e colhem os frutos. Os empresários brasileiros podem dar o primeiro passo e as instituições precisam estar preparadas, recebê-los e para agregar valor por meio do conhecimento. A colaboração entre pessoas e a integração entre empresas, governo e universidades é essencial para a aplicação de estratégias de avanço da sociedade. Criar um ambiente de apoio recíproco, que favoreça a troca de experiências e a discussão de pontos de vista divergentes, é um desafio que requer maturidade e um esforço contínuo dos líderes. A busca e a geração de conhecimento, com humildade de estarmos sempre abertos ao novo, trazem vantagens competitivas. Como Isaac Newton anotou em uma carta em 1676: “Se vi mais longe, foi por estar sobre os ombros de gigantes”. CADEIA DE SUPRIMENTOS SUPPLY CHAIN

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 11 The importance of copper in the transition to cleaner energy sources is well-established. Energy efficiency is the watchword. Copper, with its unique properties and versatility, is a central pillar. Industry and government are key players, and there is room for them to play an active role in this new era. It is up to our generation to make the fascinating journey of bringing about the changes needed to mitigate carbon emissions and provide new foundations for ensuring the health of the planet. Limited investments in technology and innovation put us one step behind the most developed countries, but we have our strengths: we are creative, we have a rich biodiversity, abundant water, an energy matrix, and a favorable climate for renewable energy sources. There are opportunities and the agenda is broad, from topics that should be part of our internal actions to mitigate the emissions resulting from our operations to our role as enablers of the use and recycling of copper. Preparing for the demands ahead is a commitment to sustainability and the well-being of the population. It ensures the competitiveness and attractiveness of companies and the country. Prosperity is built by collaboration between people who well-trained and public policies with an eye on the country’s development in the present and the future. So, good strategy and talented people are essential to business. However, we have learned from Peter Drucker that “culture eats strategy for breakfast,” so discussing what drives us can lead to places perhaps less examined. Organizational culture can be defined as the way we do things. It explains the connection between people, businesses, and customers. Purpose is what drives us and motivates us to wake up in the morning. Culture and purpose attract, retain, and repel talent. Young people are more interested in the alignment of purpose and values in their choices than previous generations. So, it seems logical that if we want to move forward, we need to table the issue with our teams. Questions such as What is our company’s culture? How aligned are people with it? What is your purpose and that of your company? should be on executives’ agendas as a basis for ensuring the proper implementation and execution of the strategy. Copper is essential in the vast array of decarbonization technologies. Electric vehicles use more than twice as much copper as combustion vehicles, not counting the infrastructure they require. The trend toward miniaturization – the design of smaller, more efficient, and feature-rich products – is also expected to drive copper consumption. Although it demands less copper per unit, the unimaginable expansion of the use of technology in our lives and the limitation of substitution by other less efficient metals make the balance positive for copper. Self-driving vehicles that require multiple copper-using technologies, such as sensors, cameras, and high-performance computers, are not a distant dream. They are expected to be common by the end of the decade. The forecast for an increase in copper consumption in the coming years, driven by the transition to a low-carbon economy, is for double current demand by 2050. The global commitment under the Paris Agreement, the changing consciousness of society, and technological developments open up a range of opportunities. Change takes us to better places, and Darwin taught us that it is not the strongest, nor the most intelligent that survive, but the ones that best adapt to change. So, strong political commitment and collaboration among all the stakeholders in the copper value chain are necessary to make our country and companies able to compete in this new era. Topics such as circular economy and recycling are promising. They reduce environmental impacts and are strategic for countries. Copper mining faces challenges as production costs grow with reduced quality of ore. In Chile, ore quality has fallen by 30 percent in the last 15 years, and copper content is now around 0.64 percent, according to an article by Ernst & Young. It means that more energy and water are consumed, and more carbon emissions and socio-environmental stresses are generated. Geopolitical pressures with constant discussions about raising mining taxes and nationalization raise risks and may reduce investments in the sector. Recycling techniques, such as for batteries, are needed. Global demand for lithium battery storage is expected to grow from the current 700 to 4,700 gigawatt-hours by 2030, according to a study by consulting firm, McKinsey. In Brazil, one of the most advanced studies is being conducted at the Center for Advanced and Sustainable Technologies (CAST) at the Sao Paulo State University (UNESP) School of Engineering, in Sao Joao da Boa Vista (Sao Paulo state), which has invested in the development of the hydrometallurgy process. The use of recycled copper in Brazil’s industry also has room to advance and generate opportunities and employment. Public policies are essential for this. Tax evasion slows down our development. The theft of copper cables is only the most visible, tiny tip of the whole. Unfair competition harms companies that act ethically, reduces public revenues, and limits their ability to invest in modern and sustainable technologies. Failure to address this issue gradually reduces our competitiveness, undermines job creation, and economic growth, and increases dependence on imports. And we know that capitalism is ruthless on this. Bringing together companies, the government, and research institutions is also a force that can be further explored. It generates mutual benefits: it accelerates innovation, encourages research, and drives development in the country. There are many success stories about this collaboration, but companies in Brazil, on average, are still far from research centers and universities. Companies in developed countries and China do this best and reap the rewards. Brazilian entrepreneurs can take the first step, and institutions need to be prepared, welcome them, and add value through knowledge. Collaboration among people and integration among business, government, and universities is essential for the application of strategies to advance society. Creating an environment of mutual support, which favors the exchange of experiences and the discussion of divergent points of view, is a challenge that requires maturity and continuous effort from leaders. The pursuit and generation of knowledge, with enough humility to be open to the new, brings competitive advantages. As Isaac Newton noted in a letter in 1676, “If I have seen farther, it is by standing on the shoulders of giants.” Copper supply chain challenges in the green economy By Fabio Rocha Passerini

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 12 A importância do cobre na perspectiva da economia verde SUSTENTABILIDADE SUSTAINABILITY

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 13 A Economia Verde, de acordo com Altenburg e Assmann (2017), pode ser definida como um conjunto de medidas destinadas a acelerar a transformação estrutural rumo a uma economia de baixo carbono e eficiente no uso de recursos. Esse conceito pode ser complementado pelo defendido por Cosbey (2013), o qual descreve a política industrial verde como a busca de estruturar meios de produção capazes de atuar de forma favorável ao meio ambiente e produzindo bens de melhor desempenho ambiental em comparação aos seus concorrentes, tratando diretamente os problemas ambientais. São vários os benefícios a serem alcançados com a adoção dessas estratégias, tais como: a criação de novos postos de trabalho especializados, ganho de vantagens competitivas dos produtos e sobretudo, a possibilidade futura de manter o planeta em um crescimento populacional saudável e sustentável. Dentro dessa perspectiva e da urgência do tema, muitos trabalhos já estão em andamento e muito ainda precisa ser feito. Mas, sem dúvida, em grande parte deles, o uso consciente do Cobre tem feito e continuará fazendo a diferença. Por exemplo, o Cobre é um diferencial para o atendimento da meta de uma economia de baixo carbono e eficiente no uso de recursos. A intrínseca e significativa relação custo-benefício x eficiência energética do Cobre tem impulsionado ações de P&D para sistemas de transporte elétricos, equipamentos de geração de eletricidade de fontes renováveis e desenvolvimento de aparelhos mais eficientes energeticamente, com a redução do uso de combustíveis fósseis. Isso é tão notável que, conforme ICA (2023), a Comissão Europeia o classificou com um insumo essencial para a transição energética e eletrificação dos modais de transporte em larga escala. Devido a essa característica única, é esperado um aumento de 35% do mercado de Cobre até 2050 por conta desse esforço rumo à descarbonização. É crucial salientar, com base nos dados mais recentes do ICA (2022), que a cadeia de produção do Cobre representa 0,2% das emissões de gases estufa do planeta, e o crescimento dessa demanda aumentará a necessidade do contínuo investimento em técnicas de mineração e na crescente profissionalização do mercado de recicláveis, trabalhos aos quais a indústria brasileira do Cobre permanece atenta e atuante. Somado a isso, os dados da EPE (2023) mostram o Brasil em posição favorável na adoção de energias limpas. Atualmente, a matriz energética brasileira (conjunto de fontes de energia necessárias para mover os veículos, gerar eletricidade e outros usos) é composta por 47,4% de fontes renováveis, enquanto a matriz elétrica (conjunto de fontes utilizadas apenas para a geração de energia elétrica) é composta por 87,9% de fontes renováveis. Estamos diante de um grande potencial sinérgico entre a aplicação do Cobre e o desenvolvimento e geração de energia limpa (quanto mais Cobre, mais energia limpa), pois é largamente utilizado nos geradores eólicos, solares, hidráulicos e nos sistemas de distribuição. E quanto mais energia limpa, menor a geração de carbono para se produzir o Cobre. Essa perspecPor Márcio Rodrigues da Silva, Gerente do CPDE – Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensaios, da Termomecanica São Paulo S.A.

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 14 tiva é ainda mais promissora se constatarmos os dados globais das matrizes energética e elétrica apresentando respectivamente 14,1% e 26,6% de fontes renováveis. O Cobre, além dos inequívocos aspectos citados anteriormente, também tem papel fundamental no desenvolvimento de meios de produção favoráveis ao meio ambiente e no crescimento populacional saudável e sustentável. Isso se dá por um conjunto de características, ainda pouco difundidas no Brasil, e suportadas por significativa quantidade de evidências científicas. Primeiramente, o Cobre é um mineral essencial e indispensável à saúde de todos os organismos vivos. Os benefícios do cobre para a saúde humana, em sua posologia correta, vão desde efeitos positivos para o desenvolvimento do cérebro até resistência óssea e manutenção de uma resposta imunológica eficaz. Outro destaque está nas propriedades antimicrobianas do cobre, sendo as superfícies de cobre capazes de matar uma quantidade significativa de fungos, bactérias e vírus, e podem ser usadas em hospitais e locais de grande circulação para inibir o acúmulo e o crescimento de bactérias em superfícies comumente tocadas, levando a uma redução na transmissão de doenças e consequente redução da pressão sobre os sistemas de saúde. O cobre também é comumente utilizado em sistemas de refrigeração e ar-condicionado, tendo impacto positivo na qualidade do ar, com a inibição do crescimento de mofo nesses sistemas. Do ponto de vista da produção de alimentos, as propriedades antimicrobianas do Cobre serão propulsoras do crescente mercado da Agricultura Orgânica. Entre várias alternativas, Meira, Leite e Moreira (2016), com suporte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, listam o emprego de defensores agrícolas tradicionais à base de compostos de Cobre, conhecidos como Caldas Bordalesa, Viçosa e Cúprica. Estes, quando corretamente dosados e utilizados, permitem o manejo seguro de fungos presentes em hortas e pomares e têm um efeito indireto sobre bacterioses e na adubação das plantas. Alcançar o status de Economia Verde permitirá produzir para uma população mundial em crescimento sem que, para isso, degrademos nosso estimado meio ambiente e planeta, utilizando os recursos de forma otimizada e assegurando a saúde das pessoas. As evidências colocadas reforçam o protagonismo da cadeia do Cobre nesse cenário, e o contínuo investimento do segmento permitirá mais do que somente a sobrevivência dos negócios existentes, pois garantiremos a perenidade da sociedade e do nosso meio de vida. Referências: Altenburg, T., & Assmann, C. (Eds.). (2017). Green Industrial Policy. Concept, Policies, Country Experiences. Geneva, Bonn: UN Environment; German Development Institute / Deutsches Institut für Entwicklungspolitk (DIE). Cosbey, A. (2013). Green Industrial Policy and the World Trading System (ENTWINED Issue brief No. 17). Stockholm. Disponível em www.iisd.org/ library/green-industrial-policy-and-world-trading-system ICA, International Copper Association (2022). Carbon Footprint of Copper Production – Best Practice Guidance for Greenhouse Gas Measurements ICA, International Copper Association (2023). EU 2040 Climate target European Copper Institute position in response to the Commission consultation. Disponível em https://copperalliance.org/wp-content/uploads/2023/09/ECI-position-onEU-2040-Climate-target.pdf EPE, Empresa de Pesquisa Energética (2023). Matriz Energética e Elétrica. Disponível em https://www.epe.gov.br/pt/ abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica MEIRA, A. L.; LEITE, C. D; MOREIRA, V. R. R. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2016). Sanidade Vegetal – Fichas agroecológicas. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/ fichas-agroecologicas/arquivos-sanidade-vegetal/1-calda-bordalesa.pdf SUSTENTABILIDADE SUSTAINABILITY

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 15 References: Altenburg, T., & Assmann, C. (Eds.). (2017). Green Industrial Policy. Concept, Policies, Country Experiences. Geneva, Bonn: UN Environment; German Development Institute / Deutsches Institut für Entwicklungspolitk (DIE). Cosbey, A. (2013). Green Industrial Policy and the World Trading System (ENTWINED Issue brief No. 17). Stockholm. Available at www.iisd.org/ library/green-industrial-policy-and-world-trading-system ICA, International Copper Association (2022). Carbon Footprint of Copper Production – Best Practice Guidance for Greenhouse Gas Measurements ICA, International Copper Association (2023). EU 2040 Climate target European Copper Institute position in response to the Commission consultation. Disponível em https://copperalliance. org/wp-content/uploads/2023/09/ECI-position-on-EU-2040-Climate-target.pdf EPE, Energy Research Company (2023). Energy and Electrical Matrix. Available in https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica MEIRA, A. L.; LEITE, C. D.; MOREIRA, V. R. R. Ministry of Agriculture (2016). Plant Health – Agroecological factsheets. Available at: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/fichas-agroecologicas/arquivos-sanidade-vegetal/1-calda-bordalesa.pdf The Green Economy, according to Altenburg and Assmann (2017), can be defined as a set of measures to drive structural transformation towards a low-carbon and resource-efficient economy. This concept can be complemented by that defended by Cosbey (2013), who describes green industrial policy as that striving to structure means of production capable of acting in a favorable way to the environment and producing goods with better environmental performance compared with the competition, directly addressing environmental problems. There are several benefits to be achieved with the adoption of these strategies, such as the creation of new, specialized jobs, gaining competitive advantages from the products and, above all, the possibility of maintaining healthy and sustainable population growth. Within this perspective and the urgency of the topic, much work is already underway, and much still needs to be done. Without a doubt, however, in most cases the conscientious use of copper has made, and will continue to make, a difference. For example, copper is a differentiator in meeting the low-carbon, resource-efficient economy goal. Copper’s intrinsic and significant cost-benefit / energy efficiency ratio has inspired research and development efforts in electric transport systems, renewable source-powered electricity generation equipment, and more energy-efficient appliances, with the reduction of fossil fuel use. It is notable that the International Copper Alliance (ICA - 2023) reports that the European Commission classified copper as an essential input for the energy transition and electrification of large-scale transport modes. Given this unique characteristic, the copper market is expected to grow by 35% by 2050 as a result of this effort towards decarbonization. Based on the most recent data from the ICA (2022), it is important to note that the copper production chain accounts for 0.2% of the planet’s greenhouse gas emissions, and growth in demand will increase the need for continuous investment in mining techniques and the professionalization of the recyclables market, which the Brazilian copper industry remains attentive to and active in. Data provided by Brazil’s Energy Research Corporation (EPE- 2023) show that Brazil is in a favorable position in the adoption of clean energy. Currently, the Brazilian energy matrix (energy sources necessary to move vehicles, generate electricity, and other uses) is composed of 47.4% renewable sources, while the electricity matrix (sources used only for the generation of electricity) is composed of 87.9% renewable sources. We are facing a great synergistic potential between the application of copper and the development and generation of clean energy (the more copper, the more clean energy there is), as it is widely used in wind, solar, hydraulic generators, and distribution systems. And the more clean energy we have, the lower the carbon generation to produce copper. This perspective is even more promising if we look at the global data on energy and electricity matrices, with renewable sources of 14.1% and 26.6%, respectively, employed. In addition to the unequivocal aspects mentioned above, copper also plays a fundamental role in the development of environmentally friendly means of production, and healthy and sustainable population growth. This is due to its characteristics not widely known in Brazil and supported by a significant amount of scientific evidence. First of all, copper is an indispensable mineral for all living organisms. The benefits of copper to human health, in its correct dosage, range from positive effects for brain development to bone strength, and effective immune responses. Another highlight is the antimicrobial properties of copper, with copper surfaces being able to kill a significant number of fungi, bacteria, and viruses, and it can be used in hospitals and high-footfall areas to inhibit the accumulation and growth of bacteria on commonly touched surfaces, reducing the transmission of diseases and, consequently, pressure on health systems. Copper is also commonly used in refrigeration and air conditioning systems, having a positive impact on air quality, inhibiting mold growth in these systems. From a food production perspective, the antimicrobial properties of copper will be a driver of the growing organic agriculture market. Among several alternatives, Meira, Leite, and Moreira (2016), with the support of Brazil’s Ministry of Agriculture, list the use of traditional agricultural pesticides based on copper compounds, known as Bordeaux, Bordalesa, and Viçosa mixtures. When correctly dosed and used, these are safe ways to manage fungi in vegetable gardens and orchards and have an indirect effect on bacterial infection and plant fertilization. Achieving the status of a green economy will allow us to produce for a growing global population without degrading our cherished environment and planet, making optimal use of resources, and ensuring people’s health. The evidence presented reinforces the leading role played by the copper chain in this scenario, and continuous investment in the segment will allow more than just the survival of existing businesses, but the continuity of society and our livelihoods.. The importance of copper from the perspective of the Green Economy By Márcio Rodrigues da Silva, Manager of Research, Development and Testing Center, at Termomecanica São Paulo S.A.

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 16 TRIBUTOS TAXES Por Pedro Cesar da Silva, CEO da Athros SFAI Auditoria e Consultoria e Douglas Rogério Campanini, sócio-diretor da área de Consultoria Tributos Indiretos da Athros SFAI Auditoria e Consultoria Reforma Tributária Uma visão crítica, porém construtiva do texto

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 17 Após décadas de embate jurídico o Plenário do STF decidiu, em 15 de março de 2017 no julgamento do Recurso Extraordinário nº 574.706/PR, que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não compõe a base de cálculo para fins de incidência da Contribuição para o Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). O tema da reforma tributária, em razão da sua importância e relevância para o Brasil, tem dominado o noticiário nos últimos meses. Que o nosso sistema tributário é repleto de particularidades e exceções também não há dúvidas! Por outro lado, apesar do clamor pela simplificação tributária, sempre que enfrentamos mudanças existem preocupações sobre os desdobramentos, em especial pela ausência de clareza em alguns pontos discutidos. No último dia 08 de novembro tivemos um marco histórico sobre este tema – a aprovação do texto pelo Senado Federal, que em razão das alterações deverá ser novamente analisado pela Câmara dos Deputados para posterior sanção presidencial. A criação da CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços (que substituirá o PIS e COFINS), do IBS – Imposto sobre Bens e Serviços (que substituirá o ICMS e IPI) e do IS – Imposto Seletivo (que substituirá o IPI) pode, em um primeiro momento, passar a falsa impressão de que não se propõe simplificação a longo prazo, pois estamos trocando 5 tributos por 3, com a possibilidade de trocarmos 5 tributos por 4, caso a contribuição que poderá ser criada pelos Estados e que incidirá sobre produtos primários e semielaborados também seja mantida no texto final. É inegável que o texto proposto possui pontos positivos, com a criação do IVA Dual (CBS/IBS), e que relacioná-los nos fará compreender a sua importância: • Unificação das regras relativas a fato gerador, base de cálculo, regimes diferenciados e contribuintes atualmente cada tributo possui sua regra, e que geram inúmeras inseguranças / litígios; • Recolhimento do tributo adotando as alíquotas de Estado/Município de destino Minimizando os problemas relativos a Guerra Fiscal, sendo que Estados e Municípios terão, obrigatoriamente, que fornecer infraestrutura e condições para instalação de novos negócios; • Não cumulatividade plena (exceto uso pessoal) – todas as operações sujeitas O tema da reforma tributária, em razão da sua importância e relevância para o Brasil, tem dominado o noticiário nos últimos meses.

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 18 ao IVA gerarão crédito ao destinatário atualmente cada ente federativo interpreta o direito de crédito de forma peculiar e individual, como por exemplo o conceito de insumo de ICMS e PIS/ COFINS; • Cálculo por fora, ou seja, o tributo não faz parte da base de cálculo transparência com relação a carga tributária de quanto estes tributos representam no preço; • Trava na definição da alíquota Manutenção da atual carga tributária nominal. Com relação ao IS, seu objetivo será onerar bens e serviços que sejam prejudiciais a saúde ou ao meio ambiente com vistas a desincentivar o consumo. Por outro lado, não podemos deixar de destacar pontos que são merecedores de críticas e que prejudicam a aprovação de uma reforma mais adequada. São eles: • Setores com tratamentos diferenciados: Quanto maior a lista de segmentos, maior será a alíquota para compensar referido tratamento; • Não cumulatividade: Como ficará a definição das operações que não gerarão créditos? O que será considerado uso pessoal? • Período de transição A transição se inicia em 2026, com a exigência de 1% de IVA, podendo estes valores serem compensados com o PIS/COFINS. Em 2027 se extingue o PIS/COFINS e se exigirá a CBS integral, também havendo alterações no IPI. Já em 2029 iniciará a transição para o ICMS/ISS, finalizando em 2033. Convivência com 2 regimes tributários será um árduo trabalho; • Possibilidade de criação de uma contribuição pelos Estados Trata-se de um tema que em nenhum momento foi objeto de discussão com a sociedade. Se o produto que se sujeitar-se-á a esta contribuição for exportado, o Brasil continuará a exportar tributos? • Autorização para que o Executivo Municipal atualize dos valores venais base de cálculo do IPTU por decreto; e • Obrigatoriedade que o ITCMD seja progressivo causando receio de que ocorra aumento da carga tributária. Estamos vivenciando um momento único e ímpar sobre o tema, e evoluirmos para um texto adequado e que traga simplificação tributária poderá, sobremaneira, contribuir para o ambiente de negócios no Brasil bem como atrair novos investimentos. TRIBUTOS TAXES

Nos últimos anos, o cobre se destacou como o metal do futuro, impulsionando uma revolução silenciosa em diversas indústrias ao redor do mundo. Sua versatilidade e condutividade elétrica excepcional o tornam essencial para a produção de tecnologias inovadoras, desde dispositivos eletrônicos avançados até veículos elétricos e cientes. O cobre desempenha um papel fundamental na transição para energias renováveis, sendo um componente crucial em painéis solares e turbinas eólicas. A sua capacidade de reciclagem e sustentabilidade também o coloca na vanguarda da busca por soluções ecologicamente responsáveis. Assumindo uma posição cada vez mais proeminente no cenário tecnológico atual, o cobre desempenha um papel fundamental ao não apenas moldar o presente, mas também guiar-nos na direção de um mundo mais conectado, e ciente e sustentável.

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 20 Given its importance to Brazil, tax reform has dominated the news in recent months. There is no doubt that our tax system is full of peculiarities and exceptions, but despite the clamor for simplification, whenever we consider changes, concerns are raised, especially because of the lack of clarity on some points. November 8 was a milestone on this subject – Federal Senate approved a draft bill which, with changes, now has to go back to the lower house before presidential approval. The creation of the Contribution on Goods and Services (CBS) tax to replace PIS and COFINS), the Tax on Goods and Services (TBS) tax to replace ICMS and IPI, and the Selective Tax (IS) to replace IPI may, at first, give the false impression that there has been no attempt to simplify the system, as we are replacing five taxes with three, with the possibility of replacing five taxes with four, if the contribution that may be created by the States and that will be levied on primary and semi-finished products is also maintained in the final bill of law. The draft bill undeniably has positive points, with the creation of Dual VAT (CBS/IBS), and listing them will help us understand its importance: • Unification of the rules related to taxable events, the calculation basis, differentiated regimes and taxpayers currently each tax has its own rule, which generates insecurity/litigation. • Tax collection adopting destination State/Municipality rates minimizing problems related to the Tax War, with the States and Municipalities having to provide infrastructure and conditions for the installation of new businesses. • Full non-cumulativeness (except for personal use) – all transactions subject to VAT will generate credit to the recipient currently, each federative entity interprets the right to credit peculiarly and individually, such as the concept of ICMS and PIS/COFINS input. • Calculation on the outside, meaning the tax is not part of the calculation basis transparent concerning how much these taxes represent of the price. • Locked definition of the tax rate Maintenance of the current nominal tax burden. Concerning Selective Tax, the objective will be to tax goods and services that are harmful to health or the environment to discourage consumption. On the other hand, we must highlight points that deserve criticism and that hinder the adoption of more appropriate reform. They are: • Sectors with different treatments the longer the list of segments, the higher the rate to offset such treatment. • Non-cumulativeness How will operations that do not generate credits be decided? What will be considered personal use? • The transition period The transition begins in 2026, with the requirement of 1% VAT, and these amounts can be offset with PIS/COFINS. In 2027, PIS/COFINS will be terminated, and the full CBS will be required, with changes to IPI, as well. In 2029, the transition to ICMS/ISS will begin, ending in 2033. Working with two tax regimes will be hard work. • The possibility of a contribution by the States being created This has never been discussed with society. If products subject to this contribution are exported, will Brazil continue to export taxes? • Authorization for the Municipal Executive to update the market values as the basis for calculating the property tax by decree. • Mandatory progressive ITCMD, creating concern that there will be an increase in the tax burden. We are experiencing a unique moment on the subject, and evolving towards an adequate text that simplifies tax can contribute enormously to the business environment in Brazil and attract new investment. Tax Reform A critical but constructive view By Pedro Cesar da SIlva, CEO of Athros Auditoria e Consultoria and Douglas Rogerio Campanini, Managing Partner, Indirect Tax Consulting, Athros SFAI Auditoria e Consultoria

A ABCOBRE – Associação Brasileira do Cobre é uma associação civil, de fins não econômicos ou lucrativos. Foi fundada em 1963, em São Paulo, com o propósito de promover a defesa, o fortalecimento e o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva, de transformação, utilização, reutilização e de comercialização do cobre e suas ligas, visando sempre aos interesses e objetivos comuns. Em seu dia a dia, incentiva continuamente ações tecnológicas voltadas para a inovação de produtos e serviços. Também fomenta o uso e o consumo do cobre e suas ligas divulgando suas qualidades e formas de aplicação. Valores como ética, transparência e respeito às relações sociais e comerciais estabelecidas complementam nosso trabalho. Consciente de seu papel enquanto entidade representativa, e em sintonia com a legislação vigente, a ABCOBRE mantém canais de comunicação ativos para promover as melhores práticas baseadas nos princípios sustentabilidade ambiental, social e econômica. www.abcobre.org.br

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 22 QUALIFIO Vigilante com a QUALIDADE

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2023 23 A Qualifio – Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos e Similares está presente no mercado brasileiro há mais de 30 anos, realizando monitoramente da qualidade de fios e cabos elétricos. Em todos estes anos a qualifio zelou para que a qualidade dos fios e cabos elétricos cheguem ao consumidor final de acordo com as normas. Existem as normas da abnt e portarias do inmetro para serem seguidas pelos fabricantes, nas quais se estabelece requisitos mínimos necessários para que os fios e cabos elétricos não causem prejuizo ao consumidor tais como: • Pagar maior valor da tarifa energética; • Submeter-se a choques inesperados que podem causar problemas físicos e até mesmo a morte; •Estar sujeito a ocorrência de curto-circuitos que podem levar a incêndios causando prejuizos materiais e até humanos; •Pagar por um produto que não atenda as normas, ou seja, comprar gato por lebre. O grande problema, atual, dos fios e cabos elétricos é a utilização de menor quantidade de cobre do que o mínimo necessário para que uma instalação elétrica possa ser considerada segura. A utilização de menor quantidade de cobre ocasionará super aquecimento dos fios e cabos elétricos, gerando calor ao invés de eletricidade. Se este calor gerado for superior ao máximo permitido pelo isolamento a probabilidade de curto-circuito aumenta porque o material usado como isolamento, normalmente pvc, tem uma tem-

2023 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 24 peratura de amolecimento pré -estabelecida. Com o aquecimento o isolamento poderá derreter e causar o encontro de dois ou mais fios ou cabos entre fases diferentes gerando o curto-circuito e provável incêndio. Tudo isto porque o fabricante de má índole utiliza menor quantidade de cobre em seus produtos. Os consumidores precisam estar cientes deste problema e procurar pessoal habilitado para instalações elétricas e exigir que os técnicos utilizem materiais confiáveis. A quantidade de cobre em fios e cabos devem estar de acordo com as normas para que a resistência elétrica seja suficiente para transmitir energia dentro dos padrões exigidos em normas de instalação. Em seu monitoramento, a Qualifio tem encontrado números alarmantes de marcas de produtos fabricados por empresas devidamente certificadas por organismos certificadores de produtos, credenciados pelo Inmetro. A Qualifio coleta os produtos no mercado em instaladoras, construtoras e órgãos públicos e realiza ensaios básicos para avaliar a qualidade. Infelizmente, 65% das amostras coletadas apresentam-se fora das normas vigentes. A Qualifio denúncia os fabricantes e informa ao Inmetro onde o material foi coletado e, após análise, encaminha a denúncia aos órgãos de fiscalização dos estados brasileiros. Porém, o sistema atual permite que os fabricantes de má índole burlem o sistema e os organismos certificadores de produtos não conseguem monitorar o mercado, já que as auditorias nas fábricas é realizada apenas a cada seis meses. E, durante esse período, esses “fabricantes” colocam seus produtos à venda, lesando os consumidores. A burocracia existente em nosso País torna todo esse processo muito moroso e facilita a vida de fabricantes mal-intencionados. Em parceria com o Sindicel, a Qualifio continuamente trabalha para que: • Produtos no market place dêem garantia de qualidade ao compradores; • Nas licitações de órgãos públicos sejam definidas as normas a serem utilizadas e que pagamentos sejam realizados somente após a comprovação da qualidade do produto; • As construtoras se conscientizem do risco ao qual estão expondo futuros moradores quando utilizam produtos de má qualidade. • Os maus fabricantes sejam punidos exemplarmente e proibidos de fabricar fios e cabos que coloquem os consumidores em risco. • Os õrgãos públicos responsáveis pela fiscalização tenham condições adequadas para realizar seu serviço de forma eficiente. QUALIFIO

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