Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2020

2020 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 26 QUALIDADE QUALITY dade de fabricantes trabalhando dessa forma, mas o nível com que estão fazendo os materiais. A média das amostras é de 30% a menos de cobre contido nos cabos, e hoje temos algo entre 50% e 60%. Por isso, precisamos realmente conscientizar o consumidor, com um trabalho de divulgação, mos- trando que o Selo Qualifio irá trazer segurança para as instalações elétricas. Que outras iniciativas têm auxiliado o mer- cado consumidor? Hoje nós temos várias parcerias com outras as- sociações coligadas ao setor e que têm ajudado na questão da segurança. Uma delas é a Casa Segura. Esta iniciativa aponta o que um cabo de má qua- lidade pode gerar e os riscos que trazem para o dia-a-dia. Tanto a Casa Segura como o Programa do Ele- tricista Consciente são parcerias que fazemos com o intuito de conscientizar cada vez mais a socieda- de quanto à necessidade de se adquirir condutores de qualidade e demonstrar que a Qualifio monitora este trabalho. Queremos ir além da análise dos materiais que encontramos no mercado e que vão para o INME- TRO. Almejamos uma certificação das instalações elétricas, que é um passo importante neste universo voltado para ações de segurança. Quando há a cer- tificação de uma instalação, tudo é avaliado e não só a qualidade do produto. Então, o próprio mercado consumidor começa a criar uma exigência que vai impactar no fabricante. Qual a expectativa do setor em relação ao desenvolvimento de novas políticas públi- cas no governo atual? Já ocorreram muitas mudanças no INMETRO. Uma das principais é que o órgão vai começar a pas- sar a responsabilidade de fiscalizar para instituições especialistas no setor, como a Qualifio. O INMETRO é multidisciplinar, então muitas vezes não há especia- listas para cada área. Por isso, devem delegar esta responsabilidade para que estas entidades façam o monitoramento e informem ao INMETRO, para miti- gar estes problemas. Esta mudança é uma grande evolução que este governo está fazendo. Quais as políticas necessárias para melho- rar a segurança nas instalações? O que vemos para o futuro é a certificação da instalação e, além disso, fazer um retrofit das instala- ções elétricas. Muitas têm mais de 20 anos. Pensan- do na evolução de uma casa de 20, 25 anos, há mui- ta tecnologia de novos equipamentos elétricos que estão exigindo uma carga maior nessas residências e nos prédios comerciais. Por este motivo, é necessário o retrofit , para fazer com que o consumidor troque a instalação elétrica. Isso proporciona mais economia, porque os equipamentos elétricos são de grande potência, e muitas vezes a ins- talação elétrica não está preparada para esta carga. Como o senhor avalia o desempenho da economia até o momento? No setor de cabos, dependemos de investimentos em infraestrutura e novas obras. Cabos não são como lâmpadas, que queimam e são trocados. O cabo faz parte da instalação elétrica, que normalmente se faz uma vez e não é substituído. Então, para nós, um país em que o PIB tem evo- lução lenta faz com que nosso mercado não amplie também. Nós estamos há quatro anos vendo um se- tor praticamente estagnado. Todos os segmentos da economia precisam de investimentos, e com a cadeia do cobre não é diferente. Se isso não ocorre, a indús- tria também não avança. Existe um prazo para concretização das no- vas ações da Qualifio? Este trabalho é gradativo. Nós estamos fazendo um trabalho sério, buscando cada vez mais conscientizar o consumidor a comprar produtos de qualidade. Porém, os consumidores não são especialistas em cabos. En- tão, nós precisamos colocar a Qualifio em evidência e mostrar que o nosso selo garante a qualidade. Temos apoio da diretoria, que hoje é composta por represen- tantes de várias empresas, com técnicos e pessoas capacitadas, para fazer com que isso aconteça. Estamos cientes dos nossos desafios e, talvez, o maior deles seja esta eliminação do mercado de ma- teriais não conformes. É uma realidade ingrata, acre- dito que cada vez mais esta prática ilegal diminua por uma exigência do consumidor.

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