Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2020

2020 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 20 cobra muito e gasta mal. Eu defendo uma empresa que tenha um custo menor de impostos para gerar mais investimentos. Isso vai trazer um aumento na produtividade e, consequentemente, aumento no nú- mero de empregos. No momento, a indústria está sendo sufocada. Há alguns anos, nós representávamos 30% do PIB e do recolhimento de imposto. Hoje, nós somos 9% do PIB e recolhemos 30% dos impostos. Precisamos ter um equilíbrio, pois isso está acabando com as empresas e a indústria. Eu defendo esta ideia nos plenários. Que avanços o senhor observa no campo do desenvolvimento de políticas públicas? Eu acredito na visão do Ministro da Economia, Paulo Guedes, e do Presidente Jair Bolsonaro, em co- locar novamente o trem nos trilhos, pois é uma ideia liberal. Na minha opinião, é preciso privatizar. O go- verno deveria ficar com a educação e com a saúde, apenas. O grande foco tem de ser a educação, pelo menos até o nível secundário. Hoje, a indústria tem um papel social em relação às escolas técnicas com o qual eu não concordo. Eu acredito que a indústria tem de estar focada em gerar riqueza, crescer e criar bons empregos. E, na minha visão, a indústria deveria pagar o mínimo possível de recolhimento de imposto, porque o objetivo dela é ge- rar riqueza e empregos. Como o senhor avalia o desempenho da economia até o momento? É necessário gerar mais igualdade. A Reforma da Previdência é uma medida necessária. Depois, tem que surgir uma reforma tributária para acabar com as vantagens de alguns setores, para equilibrar os impostos. Esperamos mudanças rápidas. Que avanços as reformas propostas podem trazer para a indústria em sua opinião? Nós temos que trabalhar com a lei de mercado. Não pode haver intervenção do Estado para tudo, é preciso deixar as coisas fluírem um pouco. É preciso deixar existir concorrência. Na minha opinião, quan- do o Estado intervém em forma de monopólio, gera complicações e distorções. A previsão de crescimento do PIB para este ano não deve atingir níveis elevados. Como isso afeta a indústria? A economia passa por um momento de muitos ajustes. Nós temos um governo que arrecada muito, mas ainda não administra bem os recursos, talvez por heranças passadas que o atual governo está ten- tando corrigir. E temos um setor financeiro que é um monopólio, não tem livre concorrência. Assim, o dinheiro nacional acaba saindo caro para os empreendedores que precisam recorrer aos financiamentos bancários. As pessoas têm boas ideias, mas não têm dinheiro. Os impostos são mui- to altos. Todo esse cenário dificulta o investimento nacional. Por isso, o dinheiro começa a vir de fora do país, como da China. Contudo, competir com os outros países no mercado acaba sendo um gargalo para as empresas nacionais. É necessário abrir o setor financeiro para facilitar os empréstimos. O Ministro Paulo Guedes teve esta iniciativa e agora é possível adquirir um microem- préstimo. Contudo, as regras precisam ser claras e o Congresso não pode mudá-las a todo momento. Para haver investimento estrangeiro, é preciso ter uma se- gurança tributária de médio e longo prazo. Quais as políticas necessárias para melho- rar a competitividade no setor do cobre? Eu acredito que o nosso setor e outros, como a construção civil, precisam de políticas de longo pra- zo. Nós queremos um Brasil melhor e precisamos de pessoas que queiram isso também para o país, não para o seu partido. Hoje ocupo o cargo de presidente do Sindicel, mas sei que esta é uma condição pas- sageira. Temos que convencer o próximo responsável a continuar com a mesma conduta, seguir a mesma linha. As ideias boas precisam permanecer para me- lhorarmos. Para isso, é necessário que as ideias se tornem projetos de Estado, com trabalho técnico, para me- lhorar a competitividade do setor. Temos um governo que arrecada muito, mas ainda não administra bem os recursos e um setor financeiro que é um monopólio; não tem livre concorrência. ENTREVISTA INTERVIEW

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