Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2020

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2020 19 Como o associado pode ajudar no desenvol- vimento desta pauta de trabalho? As reclamações, informações e até orientações dos associados fazem parte deste trabalho. Eu, como presidente do Sindicel, tento condensar essas infor- mações e caminhar para a melhora, criando uma frente de trabalho. Nos últimos seis anos, por exemplo, conseguimos envolver outros sindicatos, como o metalúrgico, na questão da reforma trabalhista. Além disso, criamos mais musculatura por estarmos instalados dentro da FIESP. O apoio da diretoria, inclusive da FIESP atra- vés do presidente Paulo Skaff, faz com que tenhamos mais auxílio, pois os nossos pedidos e anseios são levados adiante. Em se tratando de Indústria 4.0, quais avan- ços o senhor percebe no setor do cobre? A indústria 4.0 vai acontecer, não tenho dúvidas! A integração dos avanços tecnológicos nas áreas de Inte- ligência Artificial, Nuvem, entre outros, são avanços que já existem e todos os setores precisam ser enquadrados nesses novos processos. O setor de cobre não pode ficar fora dessas inova- ções. A indústria 4.0 está vindo para criar mais eficiên- cia na cadeia produtiva e maior velocidade para atender seus produtos e seus clientes. Historicamente, num primeiro momento, as mudan- ças assustam. Desde a invenção do arado, do motor a vapor, é assim. Depois, passada a preocupação com o desemprego, vem o momento da produtividade a servir a população. Entendo que a classe empresarial não é contra o avanço e a modernidade. Porém, precisamos ter um tempo para adequação. O setor tem grandes empre- sas, multinacionais, mas também tem empresas pe- quenas, que muitas vezes não suportam uma carga de investimento a este nível. Elas irão se adequar a essa tecnologia ao longo do tempo, mas entendo que não pode ser através de decretos. Esta evolução deve ser feita por meio de políticas e de esclarecimento sobre estas mudanças, mostrando que será bom para a empresa. Se demonstrarem as vantagens, é inevitável que estarão convencidas. Nós temos trabalhado muito com a divulgação e, mais cedo ou mais tarde, todos terão que se enqua- drar. Além do mais, se todos forem se adequando de forma gradativa, os custos vão ser barateados. Po- rém, quando o governo acerta uma data para que se faça isso, pensando em arrecadação, entendo que muitos terão dificuldades. Como o senhor avalia o setor do cobre nos cenários nacional e internacional? A grande diferença está na questão da escala e da demanda. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, há poucas empresas que fazem muitas to- neladas. Já no Brasil, somos muitas empresas atu- ando de forma oposta ao cenário internacional. Aqui ainda não houve uma fusão de empresas, o que, na minha opinião, é um movimento inevitável. Isso já é realidade em outros lugares no mundo, então prova- velmente irá acontecer no nosso país também. Serão menos empresas produzindo em escalas maiores. No Brasil, o que tem acontecido é o fechamento de pe- quenas empresas e a abertura de outras. O que os associados do Sindicel podem es- perar da sua gestão? Como fabricante, também sinto na pele as mes- mas dificuldades dos outros associados. Tudo o que eles me falam tento transformar em alguma petição, em alguma bandeira. Nós estamos realizando as grandes ideias, mas tem muitas outras coisas que eu tento condensar. Na verdade, o Estado é grande, Carlos Alberto Cordeiro , presidente do Sindicel Eu defendo uma empresa que tenha um custo menor de impostos, gerando mais investimentos. Isso vai trazer um aumento na produtividade e, consequentemente, aumento no número de empregos.

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