Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2017

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2017 11 civil, usinas, concessionárias de transmissão de energia e obras de infraestrutura. Além do Brasil, a empresa atende à América Latina e à África. O Anuário Brasileiro do Cobre obteve de Caio in- formações sobre a atual conjuntura econômica brasileira e seus reflexos na indústria. Confira, a seguir: “Sabemos que a recessão da economia no nosso país atingiu índices recordes de desem- prego nos últimos três anos, com um total, em 2016, de 14,2 milhões de desempregados. Esta situação interferiu diretamente na indústria do cobre, que sofreu brutalmente as consequências da crise com a eliminação de diversos postos de trabalhos. Fomos impulsionados a buscar alternativas para sobreviver às intempéries do atual cenário. Uma delas está diretamente liga- da à tendência de sustentabilidade, ou seja, a potencialização do investimento nas instalações elétricas das energias solar fotovoltaica e eólica, uma vez que o mercado de energias renováveis cresce a cada ano. Esta oportunidade é claramente refletida nos dados recém-divulgados pela ANEEL. Entre janeiro de 2012 e junho de 2017, foram registra- das no Brasil 12.237 novas unidades de geração distribuída, que somam a potência instalada de 139,1 MW. Desse total, 99% das geradoras de pequeno porte são do tipo solar fotovoltaica e o restante é distribuído em termelétricas, eólicas e centrais geradoras hidrelétricas. Diante deste quadro, novas oportunidades de negócios, emprego e renda tendem a se multipli- car nos vários segmentos que integram a cadeia produtiva fotovoltaica: painéis solares, inversores e outros componentes do kit de geração solar, como estruturas de suporte das placas fotovol- taicas, cabos e medidores bidirecionais de carga elétrica. A redução gradativa dos custos da ge- ração distribuída fotovoltaica deve ampliar a de- manda, e diversas instituições financeiras, públi- cas e privadas buscam oferecer linhas de crédito cada vez mais atraentes aos interessados. Por outro lado, nesses últimos três anos a indústria encontrou nas exportações uma alter- nativa para sobreviver à crise econômica inter- na. Mesmo com uma queda de quase 42% na balança comercial, as exportações conseguiram manter o patamar de US$ 316 milhões. Ao com- pararmos a inclinação de 13% em relação a 2014, percebemos que o índice ainda é baixo frente às importações, que caí- ram em 31% neste perí- odo, reflexo do baixo con- sumo de cobre no país”. Cordeiro ressalta que deve ser considerada a forte desvalorização da cotação do metal na LME (London Metal Exchange) com queda de 29%, que saiu de US$ 6.862/ton em 2014 e chegou a US$ 4.863/ton em 2016. “Um cenário no mínimo pre- ocupante”, salienta Cor- deiro. Mas, apesar destas oscilações que afetaram as empresas de forma intensa, o presidente do Sindicel pontua que o setor permanece confiante e se mostra mais competitivo. “Essa é a nossa missão: oferecer soluções para atender nossos clientes com qua- lidade e eficiência”, diz. O presidente do Sindicel relata ainda que o trabalho sindical tem sido fundamental para en- frentar os momentos de turbulência. Segundo ele, alguns projetos em andamento têm con- tribuído para melhorias fiscais e possibilitado a ampliação do mercado para as indústrias. Den- tre as ações, ele destaca a busca de isonomia competitiva para minimizar o impacto causado pelos produtos e marcas em desacordo com as normas e leis estabelecidas. Para tanto, uma in- tensa ação junto à Alfândega Brasileira tem sido realizada com o propósito de controlar a importa- ção de mercadorias asiáticas que não obedecem aos padrões de conformidade. Além desta iniciativa, outro pleito conside- rado relevante na pauta do sindicato é a criação de um imposto de importação para insumos que não sejam fabricados no País. Por fim, Cordeiro destaca que a entidade tem trabalhado para a melhoria das negociações salariais junto à CUT e Força Sindical para atender os anseios da ca- tegoria. “O momento é de união para driblar a crise. Queremos dar a nossa contribuição para que o empresário se recupere, volte a investir e a crescer”, finaliza. Carlos Alberto Cordeiro , presidente do Sindicel

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