Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021 97 Eduardo Vieira, Grupo Ideal incertezas, mas também de esperança e confiança: sabíamos que o negócio iria se recuperar e nosso maior asset – nossa equipe – iria se adaptar. E assim aconteceu”. Ainda no primeiro semestre de 2020 o Grupo Ideal tomou algumas decisões estratégicas. A pri- meira foi descontinuar a operação da 1927.ag , que atuava num modelo misto de butique para clientes grandes e com um sistema automatizado/platafor- ma de software para clientes pontuais ou com menor necessidade de RP. Nas palavras do executivo, “foi um laboratório de tecnologia que, com a pandemia, deixou de fazer sentido, e, ao mesmo tempo, toma- mos a decisão de relançar a marca Hill+Knowlton, que retornou, após um hiato de cinco anos, ao mer- cado brasileiro. Sob a liderança do Marco Antonio Sabino, montamos uma operação ágil, com clientes robustos. E também ressignificamos a operação da Ogilvy PR, que se tornou focada no atendimento aos clientes da nave-mãe de publicidade, além de contas internacionais” Segundo garante, as decisões se provaram acer- tadas: “A Hill+Knowlton Brasil fortaleceu-se a partir de um amálgama entre clientes próprios e herdados da 1927.ag e da Ogilvy PR e hoje cresce com força. A Ogilvy PR consolidou-se num modelo internacional, baseado nas novas diretrizes de atuação do grupo em todo o mundo. E a Ideal H+K Strategies, após o impacto do primeiro semestre de 2020, voltou a crescer a partir de julho do ano passado. O resul- tado é que o Grupo Ideal como um todo cresceu li- geiramente em 2020 e fechamos o resultado prati- camente no break even – o que consideramos uma vitória diante de todo o contexto e cenário. Em 2021, começamos com um novo gás. É bem verdade que não imaginávamos uma segunda onda de pandemia tão forte como a que vivemos, mas as oportunidades voltaram a aparecer”. Com boas conquistas nas diversas concorrên- cias das quais participou do fim de 2020 para cá, a agência vê o mercado para as agências como aquecido. “Independentemente do desempenho dos negócios, que é sazonal, acredito que a pandemia trouxe uma valorização da atividade de RP”, analisa Vieira. Segundo ele, num momento em que o mundo depara-se com um cenário conturbado, em que os contextos mudam o tempo todo e surgem fenôme- nos de grande impacto – como as fake news , a cul- tura do cancelamento, o chamado “capitalismo de stakeholder ”, a urgência da comunicação interna e de políticas de diversidade, equidade e inclusão, ESG e a reinvenção dos modelos de liderança –, a Co- municação ganhou “C” maiúsculo e tornou-se core business . “Acompanhamos os assuntos de comuni- cação, mídia, influência e reputação serem cada vez mais discutidos pelas lideranças das empresas, não só no C-level, como também nos conselhos de admi- nistração. Valores como autenticidade, legitimidade e um cuidado em realizar o walk the talk entraram na ordem do dia. E o papel dos líderes de comunicação nas organizações – empresas, agências, governos e instituições – nunca foi tão necessário e importante. É uma oportunidade para a indústria como um todo se valorizar”. Impactos desiguais - De um modo geral, o de- sempenho das agências em 2020 foi diretamente afetado pelo impacto da pandemia sobre os setores predominantes em suas carteiras. As batatas, usan- do uma analogia machadiana, ficaram com aquelas focadas em saúde, alimentação e logística, entre outros segmentos que ganharam relevância nos úl- timos 12 meses, cabendo as cascas às mais depen- dentes de clientes dos ramos de lazer, viagens, cul- tura e shopping centers, que sofreram fortes perdas. Integrante do primeiro grupo, com boa presença na

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