Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021
AGÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021 94 e investiu em eventos na web. A estratégia viabilizou a produção contínua de lives , webinários e podcasts , inclusive para clientes que demandavam serviços de forma sazonal, e rendeu até jobs , em particular, para a sócia-fundadora da casa. “Depois de apresentar um programa feito sob encomenda, recebi alguns convites para participar de outros projetos. As soli- citações vêm se multiplicando”, conta Debora Freire. Com oito anos de experiência em audiovisuais, a 2PRÓ registrou no último ano uma explosão na demanda por conteúdos multiplataformas, como vídeos, podcasts , webinários e lives . A procura foi tão intensa que a agência já planeja reformas em sua sede, no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. “Vamos aproveitar parte do espaço para a criação de um estúdio de rádio e televisão, que também será oferecido para os clientes”, diz a só- cia-fundadora Myrian Vallone. Graças a esse trabalho de abertura de portas digitais pelas agências, as empresas, com a divul- gação massiva nas redes sociais de vídeos e ou- tros conteúdos próprios, estão conseguindo falar de forma mais direta com seus públicos estratégicos. Reduziram, assim, a sua dependência em relação à intermediação da imprensa, que, diga-se, também vem se abastecendo de informações nessas fontes corporativas. Uma pesquisa recente da Latam Inter- sect PR, que conta com profissionais em oito países da América Latina, revelou que 47% de um grupo de 300 jornalistas da região publica vídeos e depoi- mentos em áudio enviados por empresas e que 22% rastreia e publica citações de porta-vozes de compa- nhias postadas nas redes. “Essa tendência oferece às agências novas oportunidades de engajamento em tempo real entre as marcas e a mídia. Nossas estratégias vêm seguindo esse modelo”, diz o sócio- -fundador Roger Darashah. Fees caem, mas rentabilidade cresce - Os re- sultados entregues pelas agências não têm se refle- tido, contudo, em seus caixas. Segundo estimativas da Abracom, os fees médios caíram entre 5% e 10% no último ano em decorrência, sobretudo, das tesou- ras dos departamentos de compra das empresas, que atuaram de forma intensa nos primeiros meses da pandemia. “Recusamos convites para participar de pelo menos cinco concorrências que tinham como único objetivo derrubar a remuneração das agências de plantão para patamares muito baixos”, conta José Luiz Schiavoni, CEO da Weber Shandwick Brasil, que, assim como seus pares, teve de conceder reduções de fees , ainda que temporárias, a diversos clientes em 2020. “Mais ousado, um deles chegou a propor tam- bém a redução da jornada da equipe de atendimento. Respondemos que estávamos totalmente abertos a discutir valores, mas que a jornada dos funcionários da casa é da nossa exclusiva alçada.” As receitas da Weber Shandwick apresentaram recuo na casa de dois dígitos no exercício anterior. Cortes em gastos operacionais, entretanto, permi- tiram uma rentabilidade superior à alcançada em 2019. A temporada atual começou bem, com as as- sinaturas de cinco novos contratos, mas Schiavoni prevê um ano difícil, até porque, observa, será difí- cil obter reduções de custos nos níveis alcançados Roger Darashah, Latam Intersect PR José Luiz Schiavoni, Weber Shandwick Brasil
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