Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021
ESPECIAL MÉTRICAS Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021 152 zando o tempo todo. Antes não se tinha como compro- var os dados do Ibope, por exemplo. Certas medidas, você não sabia se aquilo era verdade. A web hoje dá um retrospecto total da presença na mídia, tanto pu- blicidade como RP, com dados muito mais precisos. Começaram a chegar métricas mais profundas, apa- receu um outro tipo de trabalho.” Ele procura atender o cliente de forma customizada: um quer controlar por estado, outro por produto. “Cada indústria tem um ob- jetivo de trabalho e uma forma de gestão da sua in- formação corporativa. A inteligência artificial permite chegar no ponto que o cliente precisa”. Molnar, da Boxnet, é químico industrial, um dos poucos nessa área com formação em Exatas, e tra- balha com tecnologia há 18 anos. Ele lembra que o Grupo Boxnet tem origem na Maxpress, empresa que nasceu há cerca de três décadas fazendo mai- ling de imprensa. Alguns anos depois, como já moni- toravam jornalistas, surgiu a ideia de fazer também o monitoramento do conteúdo, tanto o produzido por eles como pelas áreas de RP. “A Boxnet nasceu há 17 anos, e nossa raiz é o conhecimento totalmente analógico. A internet não era um processo estruturado como é hoje. O kit eram os veículos de comunicação. Esse era o universo da empresa, o que chamávamos de informação públi- ca”, lembra Molnar. Ao longo do tempo, acrescenta- vam alguma outra informação, de acordo com as de- mandas específicas dos clientes. Usaram a mesma tecnologia para acionar conteúdos paralelos, como o Diário Oficial – quando se fala de política, é possível estabelecer a relação entre o que é produzido nas pautas das Câmaras e o que sai nos jornais. Antes, também era muito restrito o conteúdo proprietário, pois poucas empresas podiam veicular conteúdo próprio, salienta. “O alto volume de informação, a multiplicidade muito grande de veículos... Brincamos que o cliente quer a notícia antes de ser publicada. Entregamos com extrema rapidez, às vezes em 15 minutos, às vezes com análise, um volume insano. A tecnologia transformou a maioria dos profissionais em gera- dores de conteúdo, não dá para fazer o controle na mão”, conclui Molnar. Uma das atividades, apesar de não gostar do ró- tulo, é o clipping . Quando a Boxnet nasceu, a princí- pio para monitorar informações, tínhamos parte do mercado com plataforma tecnológica. Entregávamos, não em papel, mas por meio do sistema: um trabalho humano e tecnológico. A tecnologia somente ajuda a acelerar os processos. Tecnologia, para a Boxnet, sempre foi apoio para o exercício das pessoas. Inte- ligência artificial existe não para substituir profissio- nais, mas para capacitá-los. “Boxnet é pioneira. Boa parte dos concorrentes nasceram dentro de casa. Principalmente hoje existe uma dependência muito grande da parte tecnológi- ca. É o core do nosso negócio. Às vezes criamos o concorrente para determinada função. É obvio que tentamos nos cercar de exclusividade, mas o conhe- cimento está na cabeça das pessoas.” Já a Eight nasceu como agência de comunicação. Bortolassi e a sócia Priscilla Natale, ambos vindo de agências, trabalharam assim durante bastante tem- po. Um encargo fora do Brasil – uma tarefa de gestão de crise em Lisboa, Portugal, para uma empresa com ações cotadas na bolsa de valores local – mudou o foco da empresa. Bortolassi tem especialização em gestão empresarial e criou, então, para aquele cliente, o desenho de como o noticiário impactava a gestão, e uma metodologia para medir esse processo. Após validar essa metodologia – “será que conseguimos encontrar esse tipo de padrão em qualquer empre- sa?” – construiu um score de percepção. Hoje a ex- tração e a mensuração dos resultados dependem da inteligência de dados. A vanguarda - A Inteligência Artificial, parte ciência de dados, começou a ganhar mais popu- laridade há cerca de cinco anos, por permitir ace- lerar e deixar mais preciso o trabalho de análise. A consultoria Gartner criou – e ainda utiliza, cada vez com maior detalhamento – o Ciclo de Evolução da Inteligência Artificial, mais conhecido no original Gartner’s Hype Cycle , cuja formatação simplificada tornou-se um clássico. O gráfico é gerado anual- mente, indica as tendências em tecnologia, e as empresas ficam antenadas nessa projeção. A cada ano, a Gartner publica suas previsões para a demo- cratização do uso da IA e as megatendências que vão dominar este cenário. Em um gráfico mais estendido, depois que tudo começa, agregam-se conhecimentos e informações – que podem chegar a 20 categorias diferentes – até
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