Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021

ESPECIAL MÉTRICAS Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021 148 consumidores. Se não tenho uma empresa para me- dir o que faço, e o que as pessoas estão fazendo, vou levar bola nas costas. Você muda a direção de um trabalho com isso”. O cuidado com as falsas métricas - Métricas aparentam ser o que de mais concreto existe na in- ternet. São quantificáveis, rastreáveis, verificáveis, orientam as principais plataformas... Nem sempre. Assim como há fake news , há também falsas métricas. O compartilhamento da desinformação, a oferta para inclusão de determinadas informações em uma base de dados, e a manipulação dos dados são apenas alguns aspectos do que pode constituir uma fraude. Macedo, da Info4, alerta: “Em geral, as empresas clientes não pesquisam as empresas que estão con- tratando. Limitam-se a jogar para a área de compras uma descrição do serviço. Não vejo hoje empresas grandes fazerem coisas básicas, como consultar o Portal da Transparência, entre vários outros. Se fizer isso, já elimina alguns casos. Quem contrata precisa também entender até que ponto o contratado con- segue entregar o trabalho com algoritmo, ou se vai além, na análise”. Os algoritmos, muitas vezes, não identificam fake news associadas a bots . É aí que entra o fator humano. A intenção de ferir a imagem, que mui- to se vê nas mídias sociais, tem no WhatsApp, até agora, o mais difícil de rastrear. Pela política das grandes empresas de TI, é possível saber quais as procedências das fake news . Mark Zuckerberg, de- tentor de redes como Facebook, Instagram e What- sApp entre outras, já foi questionado para que cor- rigisse alguns algoritmos. Sua holding defendeu-se formalmente afirmando que os estudos dos acusa- dores consideraram um número extremamente pe- queno de amostras, o que não refletiria a realidade. Flávio Marques Azevedo, da ESPM-SP, vê onde reside o maior perigo. “Diferentemente de outras mí- dias, WhatsApp é muito independente, muitas vezes não está nos servidores, é como se tentasse identi- ficar uma conversa entre pessoas”, resume. “Quan- do a informação fica pública, é outro processo. No WhatsApp tudo é criptografado e para romper a tal ‘criptografia de ponta a ponta’ é preciso interceptar o celular das pessoas. O processo, então, de enge- nharia social, começa por pessoas, para capturar informações sigilosas.” Em certos casos, notícias falsas são plantadas por robôs. Muitas fontes não querem facilitar o acesso aos crawlers , porque cobram por isso, já que nem todo o conteúdo das redes sociais está aberto e disponível. Um exemplo é o de quem se arrepende e apaga das redes algum conteúdo – o robô pega. Mesmo com o direito ao arrependimento da pessoa que publica algo negativo e depois retira, o robô pegou. Isso acontece com toda notícia, e a missão dos contratados é mo- nitorar o máximo de informações possível. Entra aí a Flávio Marques Azevedo, ESPM-SP Elisa Prado, Vivo

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