Revista Locação 91

42 brasileiros voltarão a viajar quando a quarente- na acabar; 66%, por sua vez, não têm previsão de ir ao exterior. Além das dúvidas sobre o processo de reaber- tura de fronteiras e o receio de medidas sanitá- rias, o motivo pode ter ligação direta também com o aumento do dólar. Em meados de maio, a moeda americana atingiu o maior valor desde 1994, cota- do a R$ 5,89. Buscando roteiros mais baratos, distâncias mais curtas e locais mais distantes dos grandes centros, o turista dará preferência a viagens internas, ala- vancando a economia nos municípios — e oferecen- do mais oportunidades para as locadoras. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) trabalha na campanha Municípios Juntos Pelo Tu- rismo, fazendo a divulgação de vídeos dos desti- nos turísticos, fomentando a descoberta das po- tencialidades local e valorizando os atrativos nos municípios brasileiros. São Paulo já tem se preparado para a deman- da por produtos turísticos no próprio estado. Se- gundo Lummertz, a secretaria estadual de turis- mo está agindo em quatro frentes para conseguir atender essas futuras demandas: planejamento estratégico para a retomada, ouvindo os desti- nos turísticos e o trade, incluindo as locadoras; adaptação do Programa de Crédito Turístico para socorrer as empresas, atuando no capital de giro e recursos para investimentos; manutenção dos repasses para obras de melhorias que estejam em andamento em estâncias e municípios de interesse turístico; e andamento de projetos es- truturantes, como Rotas Cênicas, Politurismo e Distritos Turísticos. LOCAÇÃO PODE SURFAR NA TENDÊNCIA Os setores de aviação, de transporte rodoviário e de locação de automóveis não escaparam do pre- juízo. Nos últimos três meses, o número de voos comerciais no mundo sofreu uma redução de qua- se 70%, passando de 109,4 mil para 36 mil ope- rações diárias, segundo o site Flightradar24, que monitora o tráfego de aeronaves no planeta. No transporte rodoviário, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiro (Anatrip), só durante o primeiro mês de crise, já havia sido registrada uma queda de 60% na demanda. Na locação de veículos, a ABLA verificou que no início da pandemia houve uma queda de mais de 90% no volume de aluguéis de carros para lazer. Para o secretário de turismo, no entanto, a loca- ção pode ser justamente o primeiro setor a ter me- lhoras no pós-crise. Isso porque viajar dentro de um automóvel, sozinho ou com a família, certamente será uma ideia de turismo mais seguro do que estar ao lado de desconhecidos em um avião ou ônibus. “A se confirmarem as tendências de viagens curtas e, posteriormente, regionais, uma estraté- gia bem construída pode apresentar os veículos alugados, preservados por rígidos e transparen- tes protocolos sanitários, como opção segura para viagens”, opina Lummertz. Para ele, mais importante que pensar em quan- do isso vai acontecer, é pensar quando estaremos seguros de que a covid-19 não seguirá fazendo vítimas. “Olhar para o futuro da atividade é fun- damental, e estamos fazendo isso, mas não pode- mos perder de vista as necessidades que devemos adotar no presente. O inimigo a ser enfrentado é o vírus, não o isolamento”, conclui. AS CIDADES DE HOLAMBRA, SERRA NEGRA E BROTAS RECEBEM MILHARES DE VISITANTES POR ANO E FAZEM PARTES DO ROTEIRO TURÍSTICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. TODAS SÃO ÓTIMAS OPÇÕES HOLAMBRA/SP

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=