Revista Locação 91

13 Entrevista “AS EMPRESAS DEVEM OPERAR COM O MÍNIMO DE DÍVIDA POSSÍVEL, COM UMA ESTRUTURA DE FUNCIONÁRIOS ADEQUADA, MANTENDO SUA RELEVÂNCIA PARA O CLIENTE E PARA O MERCADO.” “É PRECISO TER UMA BOA COMUNICAÇÃO COM FUNCIONÁRIOS, COLABORADORES, FORNECEDORES E CLIENTE, PARA QUE A GENTE POSSA, INCLUSIVE, SAIR DESSA SITUAÇÃO MAIS FORTALECIDO, COM PARCERIAS A MÉDIO E LONGO PRAZO MAIS ESTIMULADAS" PAULO MIGUEL JUNIOR: Sobre a negociação com os fornecedores, o acompanhamento da situação do seu fornecedor e o quanto você consegue negociar com ele são de fundamental importância. Um exemplo disso é a indústria automotiva. Hoje toda a indústria automotiva está trabalhando diretamente com os seus fornecedores porque ela sabe que a retomada também depende desses fornecedores. CARLOS CAIXETA: É preciso criar esses plane- jamentos com base em estruturas. Entre essas estruturas, é importante criar, por exemplo, uma “sala de guerra”, com um comitê, para entender o que está acontecendo com o caixa da empresa. Além disso, criar uma previsão de fluxo de caixa e pensar em ações decisivas e extremas que precisarão ser tomadas para reduzir gastos PAULO MIGUEL JUNIOR: Você não pode se assustar, tem que ter uma visão clara do seu negócio, e não sair dando desconto sem base nenhuma, por exemplo. É complicado se assustar em um primeiro momento e querer fazer tudo correndo, sem negociação. É uma questão delicada, vai mexer no seu relacionamento dali pra frente. O que você fizer vai influenciar muito na continuidade ou renovação do contrato no futuro. CARLOS CAIXETA: Sim, tenho enfatizado muito isso. Qualquer concessão precisa ser muito bem trabalhada. O cliente precisa entender que é uma concessão especial e temporal. Inclusive explican- do que aquela situação não pode ser mantida a médio e longo prazo, porque caso isso aconteça a empresa não consegue se sustentar. É importante enfatizar a relevância da empresa, da estrutura dela para a operação do cliente, e em hipótese alguma abrir brecha para que o cliente encontre uma solução no concorrente. As coisas precisam ser bem feitas, com base em fato, dado, evidência. Precisam ser feitas com agilidade, no que chama- mos de senso de urgência. Ser rápido na medida certa e no tempo certo. É preciso ter uma boa comunicação com funcionários, colaboradores, fornecedores e cliente, para que a gente possa, in- clusive, sair dessa situação mais fortalecido, com parcerias a médio e longo prazo mais estimuladas. PAULO MIGUEL JUNIOR: São novos tempos. Boa parte do que a gente já fez no passado hoje já não tem tanto efeito. Ao fim da pandemia, teremos uma nova forma de trabalhar e uma nova perspectiva do mundo. Uma coisa vai continuar sendo importante para todo mundo, que é a previsão de caixa a longo prazo. Essa crise colocou todo mundo à prova, porque é uma questão mundial. A forma de estruturação das empresas vai ter que mudar daqui para frente. CARLOS CAIXETA: Concordo, Paulo. Liderança e gestão serão fundamentais nesse novo tempo.

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