Revista Locação 91

12 PAULO MIGUEL JUNIOR: Carlos, o setor de locação de veículos é bastante pulverizado, com um número expressivo de pequenas e médias empresas. O que você poderia dizer para esses empresários? CARLOS CAIXETA: Começo dizendo que os são os grandes heróis da nação, principalmente a pequena e média empresa. 90% de todos os empregos do país vêm dessas empresas, assim como o pagamento de impostos e uma série de estruturas. Ultimamente, tenho defendido que nós precisaríamos de um banco específico para micro, pequenas e médias empresas. Com todo o respeito ao BNDES e aos demais bancos de fomento, precisamos de um banco específico para esse setor, com recursos para dinamizar as operações. Isso mudaria o patamar do nosso país em todos os sentidos. PAULO MIGUEL JUNIOR: Hoje, as verbas do BNDES destinadas ao pequeno e médio empresário não chegam na ponta. Com a intermediação dos bancos comerciais, as taxas e a burocracia ficam absurdas. CARLOS CAIXETA: E tem que chegar na ponta, as coisas acontecem na ponta. Criamos uma ferramenta chamada DRE Gerencial, disponível para download no nosso site. A ferramenta é uma apropriação dos resultados que mira a realidade da empresa, sem ficar refém das apropriações contábeis. É uma ferramenta de gestão, de tomada de decisão, que bate 80% com a apropriação contábil. Por vezes, existe uma diferenciação, porque no DRE Gerencial você apropria de acor- do com o propósito do gasto. Essa ferramenta é importante porque cada minuto precisa ser gasto para proteger a empresa. A meta das empresas este ano é sobreviver, operando com o mínimo de dívida possível, com uma estrutura de funcioná- rios adequada, mantendo sua relevância para o cliente e para o mercado. Nós trabalhamos com três cenários: otimista, moderado e pessimista. No cenário otimista, o empresário deve trabalhar com uma redução de 30% da receita e redução de 5% do PIB. No cenário moderado, redução de 50% da receita e redução de 7% do PIB. No cenário pessi- mista, redução de 70% da receita e redução de 9% do PIB. Pegando esses três cenários e utilizando o DRE Gerencial, ele vai te dizer com clareza quais devem ser as ações imediatas da empresa. Entrevista “SE NÃO EXISTIR O ENGAJAMENTO DAS EMPRESAS ASSOCIADAS E SEUS PROFISSIONAIS, O ALCANCE NÃO SERÁ TÃO EFETIVO” PAULO MIGUEL JUNIOR: No DRE, você vai conseguir ver o seu lucro, mas o mais importante é a análise do caixa do dia a dia, para aí sim chegar até o lucro. Confere? CARLOS CAIXETA: O caixa vem antes do lucro. Se a gente conseguir chegar em um caixa equi- librado, já está bom. Para sobreviver, a empre- sa precisa ganhar tempo e recurso financeiro. Utilizar todos os benefícios oferecidos pelo poder público para proteger o caixa. Criar relaciona- mento e parcerias com clientes e fornecedores. Nesse momento, é proibido perder cliente. Temos que aquecer a convivência. O último caso é fazer desligamentos. Se o negócio está tendo metade do faturamento, a empresa precisa se ajustar em termos de estrutura para conseguir sobreviver e no futuro retomar esse crescimento, muitas vezes até recontratando profissionais.

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