Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2018
2018 Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 22 O terceiro projeto prioritário desta gestão é a Casa Segura (Construção Segura). Nós propusemos algu- mas leis que, infelizmente, foram vetadas pelos go- vernadores, principalmente aqui em São Paulo, onde trabalhamos muito em relação a isso. Esse projeto está relacionado com a prevenção de sinistros em prédios públicos; alguns seriamente danificados pela falta de cuidados com a parte elétrica. Inicialmente, nós queríamos que fosse feita uma reavaliação nos prédios acima de dez anos, mas não conseguimos aprovar essa lei. Depois, ampliamos para quinze anos, mas novamente a lei foi vetada. A consequên- cia desta desatenção foi o prejuízo com os desastres como o do Museu da Imagem e do Som, o Museu Nacional no Rio de Janeiro e até o Museu do Ipiranga, que está em reforma e que necessita de uma aten- ção especial à parte elétrica. Nós temos trabalhado muito nesses aspectos. Há sempre a desculpa de que ‘não se pode gastar dinheiro’, mas olha a consequência que isso gerou. O acervo é insubstituível. O que o Sindicel tem feito para atender à de- manda e aos anseios dos associados? A maior reclamação que nós tínhamos dentro do sindicato era exatamente a questão trabalhista. Fa- lava-se da competitividade, dos “custos” das ações trabalhistas. Foi neste ponto que tivemos intensa atuação. Nossos associados também reclamam em relação ao Material Não Conforme, que é uma forma de perigo e contra a lei. Além de ser um crime e uma concorrência desleal, é uma questão de segurança. Nós temos atuado muito forte nisso. A questão tributária também é alvo de reclamação, pois está uma confusão. Nós temos atuado muito for- te nisso também. Vai haver uma reforma fiscal, mas não vai ser setorial, vai ser algo amplo. Nós apoiamos todas as iniciativas da Fiesp e do CNI nesta área. Nós, como setor de transformação metalúrgica, a Fiesp e o Sindicel, por meio da diretoria e de minha participação. Existe alguma previsão de investimentos no setor? Tudo funciona, ou deveria funcionar, dentro da oferta e procura. Hoje, por exemplo, não se tem tanta procura assim, o que acarreta certa ociosidade. O que eu tenho acompanhado, através da Fiesp, é a preocupação com a empresa 4.0 para que o setor se mantenha atualizado. Porém, para isso virar reali- dade, é preciso fazer com que as vendas, a demanda e a economia funcionem. Se a economia não funcio- nar, eu não sei como nós vamos ter uma indústria de ponta. Nós temos riquezas por aqui, mas não temos como nós mesmos explorá-las. Ou seja, temos coi- sas para serem feitas, mas não temos recursos para fazê-las. É preciso haver regras claras quanto a essas questões para que o investidor tenha o mínimo de segurança. Alguém investiria seu dinheiro com risco, colocaria num lugar que dará um retorno de longo prazo mesmo não tendo certeza de que terá retorno ou sem nem saber se vai ter o dinheiro de volta? Por isso tem que haver regras claras, e, acima de tudo, o presidente tem que vender o mínimo de credibilida- de. Ele tem que falar alguma coisa lá para fora que as pessoas entendam e se convençam de que vai ser a verdade, que não é só o presidente que está falando, mas é todo o povo que quer isso. É preciso que essa imagem seja trabalhada no ex- terior para atrair investimentos para o Brasil. Qual é a mensagem para as indústrias do Cobre? Nós atravessamos uma turbulência, e sempre que não conseguimos enxergar à frente sentimos insegurança pelas coisas e não sabemos para que lado vamos. Só que existe algo: o ser humano procu- ra ir na direção certa. A democracia dá chance para diversas variáveis e tendências, mas demora muito para se arrumar; contudo, quando há liberdade se chega lá. O caminho é assim. Isto se chama política. O con- vencimento entre as partes, o relacionamento, é tudo isso. Não existe uma cartilha. Existe conversa. Isso passa por convencimento, por trabalho. O governo é o representante do povo, por isso tem que conduzir o povo para o melhor caminho. ENTREVISTA INTERVIEW Para a empresa 4.0 virar realidade, é preciso fazer com que as vendas, a demanda e a economia funcionem. Se a economia não funcionar, eu não sei como nós vamos ter uma indústria de ponta.
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