Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2018
Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2018 21 Quais são as perspectivas para o segmen- to dos condutores elétricos em um cenário pós-eleições? Entendo que, apesar das incertezas sobre o des- tino político do país, o novo presidente terá o desafio de ativar a economia por meio de investimentos em infraestrutura. Por exemplo, se não existe dinheiro aqui no Brasil, então que venha de fora. A construção civil, que é muito importante na geração de empregos, está es- tagnada desde 2013. Este é um gargalo que precisa ser resolvido. Qual análise o senhor faz do último ano e quais foram os avanços e os gargalos do setor? O setor, nesses últimos oito meses, andou de lado. Isso foi bom porque não continuou a cair como em 2017. Mas se compararmos com 2013 ou com 2014, estamos a anos-luz daquela situação. O que posso dizer é que, como ocorreu em vários outros setores, não houve mudança. O PIB explica isso: a nossa expectativa era de 3% e já está em 1,6%, aproximadamente. Um país com a 8ª econo- mia do mundo não pode funcionar com um PIB de 1%, e mesmo se fosse 3% já seria ruim. Até janeiro e fevereiro deste ano houve mo- mentos de esperança em relação à melhoria, mas quando começaram todas essas questões políticas vieram também as incertezas. Eu acredito que neste momento de sucessão, de novo governo, devemos ter cautela. O que o empresário pode esperar para 2019? O empresário não tem que esperar! Ele tem que agir, participar e solicitar. O novo governo terá que re- solver a questão das contas públicas, principalmente o déficit fiscal previdenciário. Isso ele, ou alguém, não vai conseguir fazer sozinho, sem o povo ajudar. Ele terá a tarefa de equilibrar as contas que se desiquilibraram ao longo de oito anos, de forma mais intensa nos últimos dois ou três anos. O congresso precisa aprovar as reformas, da previ- dência e a fiscal, dentre outras, e isso vai dar trabalho. Como o senhor avalia o papel da indústria neste contexto? A indústria tem que fazer seu papel. Na política, nós temos que estar presentes. Portanto, a indústria é apartidária, mas é política. Como geradora de riqueza, a indústria precisa funcionar bem e criar empregos. Não basta estati- zar tudo. É preciso saber quem vai pagar a conta. A indústria tem sofrido as consequências do desequi- líbrio causado pelos governos passados. Queremos e precisamos de um novo fôlego para retomarmos o caminho do equilíbrio. Como o Sindicato está lidando com a refor- ma trabalhista e sindical? O Sindicel, os 22 sindicatos metalúrgicos e toda a Fiesp, de uma forma geral, inclusive seu atual pre- sidente, Paulo Skaf, entendiam claramente o que é a reforma trabalhista. Ela não veio para prejudicar o funcionário, mas para desatar alguns passivos fiscais e trabalhistas que existiam. É dar transparência em relação ao que se pode fazer. Quando não se sabe o que pode ser feito, cria-se uma insegurança jurídica terrível. Quais são as ações que o setor de conduto- res elétricos tem empreendido para aumen- tar a competitividade? Uma delas foi a reforma trabalhista, que, acredito, partiu do Sindicel com apoio das multinacionais, in- clusive. Os associados de todos os setores apoiaram a premissa de que era um custo enorme e de que nos outros países não havia isso. Nós levamos isso para frente. Considero que nós fazemos um trabalho enorme em relação ao Material Não Conforme. Queremos conscientizar os fabricantes quanto à necessidade de se fazer um produto de qualidade. Contudo, com essa crise aumentou muito o setor de Não Conformes. Empreendemos algumas ações, mas não foram sufi- cientes. Agora, temos que ampliar o trabalho. Antes de terminar meu mandato, vamos intensificar a estratégia para reduzir o número de Materiais Não Conformes. Queremos conscientizar os fabricantes quanto à necessidade de se fazer um produto de qualidade.
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